É hora de lutar

Para muitas pessoas que estão Marabá em busca de uma oportunidade para estudar e/ou conseguir um emprego para se manter sobrevivendo, mergulhadas na busca de superação das dificuldades enfrentadas no dia a dia, talvez seja difícil entender o esforço coletivo que os trabalhadores rurais sem terra desenvolvem para o enfrentamento da realidade. Ouvimos de muitas pessoas, que por sua ignorância na forma de enxergar o mundo e de entender o que passa na vida dos outros, palavrões contra aqueles jovens, aquelas crianças, pais e mães de famílias, acampadas nas dependências do Incra.

Para muitas pessoas que estão Marabá em busca de uma oportunidade para estudar e/ou conseguir um emprego para se manter sobrevivendo, mergulhadas na busca de superação das dificuldades enfrentadas no dia a dia, talvez seja difícil entender o esforço coletivo que os trabalhadores rurais sem terra desenvolvem para o enfrentamento da realidade.

Ouvimos de muitas pessoas, que por sua ignorância na forma de enxergar o mundo e de entender o que passa na vida dos outros, palavrões contra aqueles jovens, aquelas crianças, pais e mães de famílias, acampadas nas dependências do Incra.

É muito cômodo para quem vive de um emprego de um órgão público, que nada fazem pela sociedade e ainda contribuem para o desvio de recursos, ou empregado destas empresas que nada contribuem para melhoria das condições de vida da sociedade, tachar nossos companheiros de “preguiçosos”, “bandidos” ou “que deveriam estar era na roça trabalhando”.

Que sejam “preguiçosos” e “bandidos” não é verdade, “que deveriam estar na roça trabalhando”, é este direito que estão reivindicando, que lhes foram tirados pelos latifundiários e pelo Estado. As terras da região estão concentradas na mão de poucos grupos econômicos, mas nem o Incra e nem o Iterpa, se propõem a fazerem a Reforma Agrária.

Hoje, nas regiões sul e sudeste do Pará, além dos chamados pecuaristas existe também a Vale que expulsa trabalhadores de suas terras e as concentra. Só para citar um exemplo, em Canaã dos Carajás os agricultores já perderam 75% do território do município para a Vale.

As 1200 famílias do MST acampadas no Incra representam dez mil famílias de trabalhadores e trabalhadoras sem terra na região, que querem trabalhar sim, porque sempre viveram do trabalho, que é isto que eles sabem fazer, inclusive, para alimentar quem vive nas cidades, mas só poderão trabalhar se tiverem acesso à terra.

Portanto, é por isto que lutamos: pela Reforma Agrária, com acesso à terra, ao crédito, à educação, à saúde, à estrada; contra a violência em todos os sentidos; contra o saque das nossas riquezas; em defesa do meio ambiente; pela soberania alimentar que significa alimento para todos e de qualidade; pela soberania popular na Amazônia; e contra a criminalização dos movimentos sociais.

Por entendermos que só através da luta possamos transformar o mundo é que apoiamos as iniciativas do MST – Movimento dos Trabalhadores rurais Sem Terra e repudiamos a atitude dos governos de não se manifestarem de forma positiva no sentido de resolver a situação crítica que vive os companheiros do campo.

Então, quem ainda não provou da luta, saia da condição de alienado, egoísta, preconceituoso, Sem Terra, Sem Teto, Sem Trabalho, Sem Renda, e venha lutar conosco, contra todo e qualquer tipo de exploração e dominação, pelas conquistas que almejamos.

Marabá, 25 de maio de 2010.

CPT, MAB, CIMI, CEPASP, Movimento Debate e Ação, Coletivo Amazônida de Formação e Ação Revolucionária.