CMS reafirma compromisso com a Reforma Agrária

Por Igor Felippe Santos da Página do MST O MST participou da Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais, organizada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), nesta segunda-feira, em São Paulo. O encontro reuniu mais de 3000 pessoas e aprovou o documento "Projeto Brasil", que reúne bandeiras dos mais diversos movimentos, consolidando uma plataforma política para o debate com a sociedade. Leia também Via Campesina apresenta plataforma para a agricultura


Por Igor Felippe Santos
da Página do MST

O MST participou da Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais, organizada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), nesta segunda-feira, em São Paulo.

O encontro reuniu mais de 3000 pessoas e aprovou o documento “Projeto Brasil”, que reúne bandeiras dos mais diversos movimentos, consolidando uma plataforma política para o debate com a sociedade.

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Leia a plataforma dos movimentos sociais

O documento aprovado afirma, entre outros pontos, que as 28 organizações que compõem a CMS continuarão com a luta “em defesa da Reforma Agrária e contra o latifúndio”.

As entidades avaliam também, na plataforma, que o Estado deve “priorizar a agricultura camponesa e familiar, mudar o modelo energético para outro que garanta a sustentabilidade ecológica, o que só será possível com o fim do financiamento ao agronegócio e garantia de crédito ao pequeno produtor”.

Além disso, a CMS reforçou o compromisso pelo “direito a biodiversidade, produção livre de agrotóxicos e transgênicos, que o Estado seja um comprador dos produtos da economia solidária e que incentive o diálogo e a promoção do consumo sustentável”.

João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, apresentou na assembléia os pontos da plataforma política para a agricultura dos movimentos da Via Campesina, divulgado na semana passada.

“Precisamos de um programa de Reforma Agrária que resolva o problema da soberania alimentar, produzindo alimentos saudáveis para o povo brasileiro”, defendeu.

Segundo ele, a Reforma Agrária não pode se limitar apenas à distribuição de lotes para os sem-terra, mas precisa de um programa de agroindústrias cooperativadas, de políticas para garantir educação no meio rural em todos os níveis, fazendo dos assentamentos um lugar bom para as famílias do campo viverem.

“Não podemos admitir que o agronegócio envenene o nosso povo”, denunciou João Paulo. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola, o Brasil bateu recorde no consumo de agrotóxicos no ano passado. Mais de um bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras, o que representa cinco litros para cada brasileiro.

Em relação ao processo eleitoral, ele esclareceu que o MST participou da atividade para “ajudar na construção de um calendário de lutas dos movimentos populares”. “É fundamental reunificar a esquerda brasileira em torno de um projeto para resolver os problemas do povo brasileiro”, afirmou.