Via Campesina ocupa Instituto de Florestas em MG

Da Página do MST Cerca de 300 integrantes da Via Campesina ocuparam nesta manhã o escritório do Instituto Estadual de Florestas, em Governador Valadares. A ação faz parte da comemoração do dia 25 de Julho, dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural. Os manifestantes reivindicam o diálogo dos órgãos ambientais com os movimentos sociais, a elaboração de uma política ambiental específica que atenda as especificidades dos assentamentos e pequenas propriedades rurais e agilidade em processos pendentes nos referidos órgãos.

Da Página do MST

Cerca de 300 integrantes da Via Campesina ocuparam nesta manhã o escritório do Instituto Estadual de Florestas, em Governador Valadares. A ação faz parte da comemoração do dia 25 de Julho, dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural. Os manifestantes reivindicam o diálogo dos órgãos ambientais com os movimentos sociais, a elaboração de uma política ambiental específica que atenda as especificidades dos assentamentos e pequenas propriedades rurais e agilidade em processos pendentes nos referidos órgãos.

Segue abaixo o manifesto entregue na ocupação

Nós dos movimentos sociais do campo – Movimento Sem Terra, Movimento dos Pequenos agricultores, Movimento dos Atingidos por Barragens e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Governador Valadares, Frei Inocêncio e São Geraldo da Piedade – estamos reunidos para comemorar o dia do trabalhador e da trabalhadora rural, comemorado no dia 25 de Julho, a partir da luta dos trabalhadores.

Nesse dia nos mobilizamos para denunciar a situação dos trabalhadores no campo que tem sofrido com o avanço do latifúndio, do agronegócio e das barragens, que através de grandes empreendimentos retiram cada vez mais as condições de vida e trabalho das famílias camponesas, causando graves danos ao meio ambiente. A concentração da terra no Brasil, uma das maiores do mundo, vem crescendo segundo dados do último censo agrário. As terras mais produtivas estão nas mãos do agronegócio, enquanto para as famílias camponesas restam as terras mais improdutivas. Ao mesmo tempo, a agricultura camponesa emprega, em média, 17 pessoas a cada 100 hectares de terra e o agronegócio, apenas três. Mesmo com tantas dificuldades, a agricultura camponesa produz mais de 70% dos alimentos consumidos no país.

Estamos mobilizados também para denunciar a situação ambiental no campo brasileiro, e exigimos a construção de uma legislação ambiental específica, que contemple as especificidades dos assentamentos e das pequenas propriedades rurais, pois para o camponês sua produção não é apenas uma alternativa econômica. A terra é sua fonte de renda, mas é também o local de moradia e de suas relações sociais. Portanto é de seu interesse cuidar desse ambiente. Ainda, os grandes empreendimentos do agronegócio e das hidrelétricas vêem a terra e a natureza como mercadoria, como fonte de renda, a qual deve ser explorada ao máximo para aumentar incessantemente seus lucros.

A legislação ambiental, apesar de muito bonita no papel não funciona e não é tratada com justiça. Enquanto os grandes empreendimentos conseguem facilmente licenças para destruir nosso meio ambiente e não cumprem nem mesmo as exigências previstas para que consigam essas licenças, os camponeses sofrem diariamente as pressões e represálias dos órgãos ambientais e policiais sobre qualquer ação sobre o ambiente em que vivem para assegurar seus meios de vida.

Por isso estamos mobilizados para comemorar o dia do trabalhador e da trabalhadora rural através da luta por uma sociedade mais justa, que respeite os trabalhadores e a natureza.

Via Campesina