Famílias acampadas sofrem ataque de pistoleiros no Maranhão

Por Reynaldo Costa Da Página do MST No final da tarde de domingo (29/8), o acampamento Salete Moreno em Campestre do Maranhão, no Sul do estado, foi atacado por um grupo de 10 homens encapuzados, que tentaram expulsar 58 famílias da Fazenda Arizona, ocupada desde 2008. O Incra já fez a vistoria da área e classificou os 1.900 hectares do latifúndio como improdutivos. Durante o ataque, os pistoleiros deram tiros contra os barracos e para o alto e colocaram homens e mulheres de todas as idades deitados no chão e ameaçaram matá-los.


Por Reynaldo Costa
Da Página do MST

No final da tarde de domingo (29/8), o acampamento Salete Moreno em Campestre do Maranhão, no Sul do estado, foi atacado por um grupo de 10 homens encapuzados, que tentaram expulsar 58 famílias da Fazenda Arizona, ocupada desde 2008.

O Incra já fez a vistoria da área e classificou os 1.900 hectares do latifúndio como improdutivos.

Durante o ataque, os pistoleiros deram tiros contra os barracos e para o alto e colocaram homens e mulheres de todas as idades deitados no chão e ameaçaram matá-los.

Depois, eles disseram que voltariam no dia seguinte com um ônibus para tirar as famílias que não quisessem sair do local. A Polícia Militar e dirigentes do MST foram ao acampamento no dia seguinte e os pistoleiros fugiram.

O grupo de pistoleiros, contratado pelo gerente da fazenda, faz parte da empresa Segurança Privada do Maranhão (Seprima).

O comando da polícia da região intimou o gerente, que já fez ameaças aos trabalhadores caso não saíssem da área.

Histórico

O acampamento Salete Moreno reivindica a desapropriação dessa fazenda desde junho de 2008, quando houve a primeira ocupação.

Em outubro do ano passado, as famílias sofreram uma emboscada e quatro trabalhadores foram baleados. No mês seguinte, desocuparam a área no sentido de ver avançar o processo de desapropriação, mas retornaram à fazenda em julho.

O Incra alega que não fez a desapropriação da fazenda porque o proprietário José Carlos Chanses, que mora em São Paulo, não aceita a quantia avaliada pelo órgão.

O clima no local é muito tenso e três coordenadores do acampamento estão ameaçados de morte pelos gestores da fazenda.