Entidades fazem ato em defesa de quilombolas no RS

Quilombo da Família Silva sofre brutal repressão da Brigada Militar do Rio Grande do Sul Por Raquel Casiraghi Da Página do MST




Quilombo da Família Silva sofre brutal repressão da Brigada Militar do Rio Grande do Sul



Por Raquel Casiraghi
Da Página do MST

Mais de 20 organizações do movimento negro, movimentos sociais do campo e da cidade, sindicatos e apoiadores realizam nesta quinta-feira (9/9) em Porto Alegre (RS), um ato em defesa do Quilombo da Família Silva, primeiro quilombo urbano titulado no país que vem sofrendo com a perseguição da Polícia Militar gaúcha.

A arividade terá concentração às 14h em frente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Av. José Loureiro da Silva (conhecida como Perimetral), ao lado do prédio da Receita Federal, no centro de Porto Alegre.

Os manifestantes sairão em marcha em direção ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, onde acontece um ato às 17h. O protesto é para denunciar o racismo institucional, que desta vez se deu por meio da Brigada Militar, contra os negros e exigir do Incra infraestrutura ao quilombo.

Abaixo assista o vídeo com a denúncia


Leia a seguir a convocatória para o “Ato em Defesa do Quilombo da Família Silva”, organizado por mais de 20 entidades.

CHEGA DE VIOLÊNCIA AOS NOSSOS IRMÃOS QUILOMBOLAS!

Ato em Defesa do Quilombo da Família Silva

Dia 09/09, 14h, concentração em frente ao INCRA, seguido de marcha em direção ao Palácio Piratini!
Manifestação em frente ao Palácio Piratini as 17h.

QUILOMBOLAS DA FAMILIA SILVA SÃO VIOLENTAMENTE AGREDIDOS DENTRO DA TERRITOLIADADE QUILOMBOLA!

No último dia 25, quarta-feira, os moradores do primeiro Quilombo Urbano titulado no Brasil, o Quilombo da Família Silva, exemplo de resistência histórica da nossa comunidade negra, sofreram brutal repressão da Brigada Militar do nosso Estado.

Situado no Bairro Três Figueiras, zona nobre de Porto Alegre, os Quilombolas da Família Silva vêm convivendo com ameaças constantes e seguidamente são violentados nos seus mínimos direitos de cidadania, como o direito a liberdade de ir e vir.

Qualquer anormalidade ocorrida nas cercanias da Região, leva a BM diretamente ao Quilombo, partindo da premissa de que em sendo negros e pobres, são suspeitos, sendo por isso criminalizados.

O racismo institucional vigente no nosso País, que define as ações de repressão aos excluídos, conduziu a BM a invadir de maneira truculenta as casas dos Quilombolas, expondo crianças, idosos, homens e mulheres trabalhadores/as à violência física e moral, fatos que relembram os tempos do Brasil Colônia onde os negros eram perseguidos, presos e castigados por lutarem pelo seu espaço de liberdade.

A HISTÓRIA SE REPETE. DAÍ NOSSA INDIGNAÇÃO!

Após 122 anos da proclamação da Lei Áurea, não podemos mais conviver com a truculência do Estado repressor. Exigimos respeito às nossas raízes, tradições e culturas milenares!

Vejas as entidades que compõem o comitê em defesa do Quilombo da Família Silva e organizam o ato:

– Movimento Negro Unificado;
– Frente nacional em defesa dos territórios quilombolas;
– Comissão de cidadania e direitos humanos da assembléia legislativa;
– Cedrab;
– Rede de religiões de matriz africana e saúde;
– Sindsprev;
– Semapi;
– Associação dos geógrafos do rs;
– Sindisaude;
– Sindicato dos correios e telegrafos;
– Sindserf;
– MST
– Rede Mocambo;
– Sintect;
– PSTU
– Anel;
– Quilombo Raça e Classe da Conlutas;
– Africanistas da Bom Jesus;
– Gabinete deputado Raul Carrion;
– Movimento negro PDT
– Quilombo Familia Fidelis;
– Frente parlamentar quilombola;
– Movimento nacional da luta pela moradia;
– Movimento Quilombista;
– Coletivo Almirante Megro;

(foto: blog do Quilombo Família Silva)