Impactos da ação da Vale é tema de audiência em Açailândia

De Relicário Minado Mais de 350 famílias há vinte anos estão sendo prejudicadas pela poluição do ciclo de mineração e siderurgia no distrito industrial de Piquiá, em Açailândia, no Maranhão. Nos últimos três anos, a associação de moradores local, o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos e a Paróquia São João Batista de Açailândia, estão organizando a resistência e a proposta de alternativas.


De Relicário Minado

Mais de 350 famílias há vinte anos estão sendo prejudicadas pela poluição do ciclo de mineração e siderurgia no distrito industrial de Piquiá, em Açailândia, no Maranhão.

Nos últimos três anos, a associação de moradores local, o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos e a Paróquia São João Batista de Açailândia, estão organizando a resistência e a proposta de alternativas.

Em 2009, o Ministério Público Estadual compôs uma equipe multidisciplinar para definir as condições de um deslocamento do povoado para uma área digna, próspera e saudável, amenizando ao mesmo tempo o impacto ambiental das usinas siderúrgicas.

Na próxima terça-feira (14/9), na Câmara Municipal de Açailândia, sentarão pela primeira vez juntos muitos atores convocados pelo Ministério Público: o Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Maranhão, dirigentes e representantes de cada siderúrgica, o gerente de relações institucionais da Vale, o Prefeito e o Presidente da Câmara de Açailândia, os Secretários Municipal e Estadual de Meio Ambiente, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Maranhão, a Associação do Comércio e Indústria de Açailândia, a ONG Justiça Global, a Federação Internacional dos Direitos Humanos com sua delegação de três pessoas do exterior, a Defensoria Pública, o Juiz Diretor do Fórum de Açailândia, a Procuradora Geral de Justiça do Estado do Maranhão, as entidades e sociedade civil organizada da cidade.

O objetivo da audiência é debater e encaminhar propostas para o reassentamento do povoado de Piquiá de Baixo.

Trata-se de medida urgente e necessária, que chega num contexto de aparente crise da indústria siderúrgica e de grandes lucros por parte da mineradora Vale.

As entidades e a associação de moradores não estão contra o desenvolvimento e a geração de emprego e renda. Acreditam porém que isso deve e pode acontecer com respeito à saúde e à dignidade do povo, bem como com a preservação do meio ambiente, até hoje saqueado sem controle.

A vida acima do lucro: trabalho sim, mas sem poluição!

Audiência Pública para Reassentamento do Piquiá de Baixo
erça-feira 14/9, às 8h30, na Câmara Municipal de Açailândia