MST reúne em Fortaleza educadores das escolas do Nordeste

Por Marcelo Matos Da Página do MST Mais de 150 educadores e educadoras do MST de toda região Nordeste participam de um seminário em Fortaleza (CE), entre 8 a 11 de setembro, no Centro de Formação Frei Humberto. O lema do encontro é “Educação como prática de liberdade”. “O objetivo do seminário é discutir a situação da educação na região Nordeste, além do projeto de educação que queremos para o campo”, afirma Vera Mariano, do setor de Educação do MST no Ceará.


Por Marcelo Matos
Da Página do MST

Mais de 150 educadores e educadoras do MST de toda região Nordeste participam de um seminário em Fortaleza (CE), entre 8 a 11 de setembro, no Centro de Formação Frei Humberto.

O lema do encontro é “Educação como prática de liberdade”.

“O objetivo do seminário é discutir a situação da educação na região Nordeste, além do projeto de educação que queremos para o campo”, afirma Vera Mariano, do setor de Educação do MST no Ceará.
O Movimento vem debatendo a nível nacional práticas pedagógicas que contribuam no processo educativo nas áreas de assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária.

O seminário debate concepções e faz um balanço da educação no Nordeste, analisando os problemas no contexto de expansão do agronegócio.

“Temos que combater o modelo de alfabetização bancária e o agronegócio, que expulsa a população do campo”, afirma Vera Mariano.

Situação da educação no Nordeste

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o nordeste brasileiro concentra o maior índice de analfabetismo do País: 19,9%. É quase o dobro da média nacional.
O campo sofre também com a falta de escolas. Na maioria dos municípios, os filhos de camponeses saem das suas comunidades rurais para estudar nas cidades mais próximas.

“A nossa luta é para permanecer no campo, mas com qualidade de vida. Nesse sentido, lutamos por escolas no campo”, afirma a educadora.

O MST propõe um grande mutirão de alfabetização, com a utilização do método cubano “Sim eu posso!”, que ensina ler e escrever em dois meses:

“Temos que mudar essa realidade do analfabetismo”, afirma Maria de Jesus, da direção nacional do MST no Ceará.

Na manhã desta quarta-feira, os educadores assistiram uma análise da conjuntura brasileira, realizada por Jaime Amorim, da direção nacional do MST.

Ele apontou para a luta e organização dos trabalhadores da região. “Só a luta vai fazer as mudanças”, disse Jaime.

À tarde, foi debatida a conjuntura da política de educação brasileira, com a participação da coordenadora nacional do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), Clarice Aparecida dos Santos, e do professor Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).