Animação e partilha marcam ato pela Reforma Agrária no interior de SP

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Por Camila Bonassa
Da Página do MST
Contrariando as previsões que indicavam chuva, o sol brilhou e esquentou o 1º Ato pela Reforma Agrária em Riversul (380 km da capital), na tarde da última terça (23). Mais de 100 pessoas participaram da atividade na Praça da Matriz. Desde março de 2008, existe um acampamento no município, o Acampamento 8 de Março, mas essa é a primeira vez que se discute com a Reforma Agrária com a população de Riversul – que soma pouco mais de sete mil habitantes.

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Por Camila Bonassa
Da Página do MST

Contrariando as previsões que indicavam chuva, o sol brilhou e esquentou o 1º Ato pela Reforma Agrária em Riversul (380 km da capital), na tarde da última terça (23). Mais de 100 pessoas participaram da atividade na Praça da Matriz.

Desde março de 2008, existe um acampamento no município, o Acampamento 8 de Março, mas essa é a primeira vez que se discute com a Reforma Agrária com a população de Riversul – que soma pouco mais de sete mil habitantes.

Segundo José Aparecido Ramos, assentado na fazenda Pirituba, em Itaberá, o objetivo do ato é apresentar a proposta do MST para a sociedade local.

“A Reforma Agrária é produção de alimento, é geração de renda e de trabalho. Distribuir a terra é distribuir a renda e oferecer um alimento mais saudável para a população e é por isso que estamos aqui hoje”, disse.

A atividade contou com a participação das famílias acampadas, assentados na fazenda Pirituba, população de Riversul, representantes de parlamentares e militantes sindicais. Para Jean Peres, do mandato do deputado estadual Raul Marcelo (PSOL), a luta do MST vai além da luta pela terra.

“A luta pela distribuição de terras aqui em Riversul não é uma luta qualquer, é a luta pela soberania de um povo. Vocês querem produzir o alimento que toda a população da cidade consome, vocês querem resgatar a cultura popular e querem que os brasileiros continuem construindo o seu futuro”.

Com o ato, a população de Riversul pode conhecer um pouco do MST e da proposta de Reforma Agrária. Representando a direção estadual do MST/SP, José Hamilton de Almeida resgatou o processo de luta do Acampamento 8 de Março e afirmou que a conquista da fazenda Can Can – onde as famílias estão acampadas – é apenas o início da luta pela terra em Riversul.

Ao finalizar o discurso deixou um recado para os latifundiários da região. “O MST veio para ficar e a fazenda Can Can é apenas a primeira de muitas outras fazendas que vamos forçar para que virem assentamento. Sabemos que muitas fazendas de Riversul e dos municípios vizinhos são áreas griladas e que devem ser destinadas à Reforma Agrária”.

A atividade terminou com um momento de partilha. Produtos cultivados pelas famílias do Assentamento Pirituba, em Itaberá, foram distribuídos para a população de Riversul.

Histórico

A fazenda Can-Can tem mais de 600 hectares e está localizada no município de Riversul. A área pertencia à Universidade de São Paulo (USP) e estava grilada pelo Grupo Bodepan/Bergamini – grande latifundiário da região.

Por não cumprir sua função social ela foi repassada ao Itesp (Instituto de Terras de São Paulo) e será destinada para a construção de um assentamento. Mas o processo está parado e as famílias aguardam uma solução.

Segundo o Itesp, a fazenda precisa ser desocupada pelos posseiros para que seja iniciado o processo de licenciamento e parcelamento da área. Para serem efetivamente assentadas, as famílias ainda terão que passar por um processo de seleção.