Via Campesina defende “desmontar” mercados de carbono

Da Via Campesina Internacional Uma idéia sobressaiu durante a abertura e o desenvolvimento dos trabalhos durante o primeiro dia do Fórum Global "Pela Vida e a Justiça Ambiental e Social",da Via Campesina: é necessário desmontar os mercados de carbono e o programa REDD que os governos pretendem legitimar na COP16 (Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas). A Via Campesina e organizações aliadas montaram um acampamento em Cancún, paralelamento à reunião da COP-16.


Da Via Campesina Internacional

Uma idéia sobressaiu durante a abertura e o desenvolvimento dos trabalhos durante o primeiro dia do Fórum Global “Pela Vida e a Justiça Ambiental e Social”,da Via Campesina: é necessário desmontar os mercados de carbono e o programa REDD que os governos pretendem legitimar na COP16 (Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas).

A Via Campesina e organizações aliadas montaram um acampamento em Cancún, paralelamento à reunião da COP-16.

A conclusão é que o programa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) não reduz significativamente a emissão de gases de efeito estufa.

E, por outro lado, abre a porta à privatização de territórios, premia quem contamina e atenta contra a soberania nacional e a sobrevivência das comunidades indígenas.

“É muito lamentável que o espaço das Nações Unidas para a mudança climática se tenha convertido em plataforma para legitimar as estratégias de negócios das transnacionais”, disse Alberto Gómez Flores, representante da Via Campesina Região Norte América.

“As multinacionais beneficiam-se de um número cada vez maior de mecanismos de compensação para captura de carbono, que são novas formas para que as empresas transnacionais se expandam e consolidem seu controle sobre águas, territórios, e sementes.”

“Viemos denunciar que os mercados de carbono são falsas soluções e muitos governos estão se acomodando a isso, não querem compromissos com seus povos. Nossa tarefa é desmontar os mercados de carbono. A isso viemos”, expressou Gómez.

Por sua vez, na mensagem de boas-vindas, Olegário Carrillo assegurou que “quem promove estes esquemas de privatizações e mercantilização do mundo, dos bosques e da atmosfera não pode ser qualificado por menos que irresponsáveis, pois nos levam cada vez mais ao abismo”.

“De Cancún, podemos ver como se reflete a espessa bruma dos interesses transnacionais. Os países ricos e seus satélites estão tentando dar carta de legitimidade às falsas soluções, como a REDD”, concluiu Carrillo, dirigente nacional da UNORCA.

“Viemos aqui denunciar os governos do mundo, que pretendem garantir seus projetos às escondidas dos povos”, disse Magdiel Sánchez, do Movimento de Libertação Nacional, do México.

Para Octavio Rosas Landa, da Assembléia Nacional de Atingidos Ambientais, do México, na COP 16, apenas querem fazer um grande negócio desta crise climática, enquanto o povo segue doente, segue morrendo por estas políticas perversas e pela operação e atuação de todas estas empresas transnacionais que estão se apropriando do ar, do solo, água, bosques,
sementes e de todos os bens comuns que são parte do patrimônio da humanidade.

Assim, teve início o Fórum Global “Pela Vida e a Justiça Ambiental e Social”, com a participação de aproximadamente 1500 pessoas de 80 organizações da América Latina e o mundo, das quais 1000 pessoas acompanharam as caravanas que percorreram 17 estados da República
Mexicana.