Camponesas fazem protesto contra Heringer em Minas Gerais


Da Pàgina do MST

 

As mulheres camponeses da Via Campesina e da Articulação Estadual das Empregadas Rurais fizeram uma marcha no município de Três Corações, em Minas Gerais, e um protesto em frente à empresa do ramo dos agrotóxicos Heringer, na sexta-feira.

As manifestantes denunciaram a contaminação dos trabalhadores rurais na aplicação desses venenos na monocultura do café.


Da Pàgina do MST

 

As mulheres camponeses da Via Campesina e da Articulação Estadual das Empregadas Rurais fizeram uma marcha no município de Três Corações, em Minas Gerais, e um protesto em frente à empresa do ramo dos agrotóxicos Heringer, na sexta-feira.

As manifestantes denunciaram a contaminação dos trabalhadores rurais na aplicação desses venenos na monocultura do café.

A Heringer, que é a maior empresa de agrotóxico dessa região de Minas, está presente também em São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Sergipe, Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A empresa estima estar entre as três maiores empresas de químicos agrícolas do Brasil, responsável por 17,5% do mercado de produção, comercialização e distribuição, de acordo com informações oficiais.

A Heringer iniciou suas operações em Minas Gerais, fornecendo fertilizantes a produtores de café. As mulheres apontam que a aplicação de agrotóxicos da empresa “contamina principalmente os trabalhadores e trabalhadoras rurais que se expõem diretamente na aplicação desses produtos”.

Há registro na região de trabalhadores que adoeceram pelo contato direto com o pé e o grão na aplicação dos venenos e na colheita.

“A Heringer é uma das grandes responsáveis por disseminar o agronegócio e o uso de agrotóxicos”, afirma o manifesto das mulheres camponeses que fizeram o protesto.

Abaixo, leia o manifesto.

Mulheres em defesa da vida fazem manifestação na frente da Heringer

Agronegócio é o modelo agrícola que atualmente predomina no campo, que utiliza grandes quantidades de agrotóxicos, sem os quais não produz e que por isso precisa ser denunciado.

Os agrotóxicos envenenam os alimentos que comemos, contaminam a água que bebemos e colocam em risco a vida das trabalhadoras rurais e urbanas. Esse modelo de agricultura é uma aliança entre latifundiários e empresas transnacionais, que somam 3% do total de propriedades rurais do país e controlam 56,7% das terras brasileiras agricultáveis.

Também controlam o fornecimento de adubos químicos, venenos e máquinas, o preço e o mercado de cada produto. As trabalhadoras deste país se indignam diante de todo este poder nas mãos das transnacionais e do latifúndio.

Por isso, nós mulheres, exigimos o fim de todo e qualquer incentivo fiscal relacionado ao agrotóxico e exigimos que o governo realize estudos sérios sobre a implicação do uso destes venenos para a saúde do povo brasileiro. Apresentamos como alternativa o modelo da agroecologia, que prima por uma produção saudável de alimentos, em harmonia com o meio ambiente.

A região sul de Minas Gerais é responsável pela maior produção de café no mundo, um “orgulho nacional” produzido em sistema de monocultivo, com alto uso de adubos e agrotóxicos, que além de contaminar o solo, o ar e a água, contamina principalmente os trabalhadores e trabalhadoras rurais que se expõem diretamente na aplicação desses produtos.

Eles e elas adoecem por ficar em contato direto com o pé e o grão na colheita, além da poeira que carrega os resíduos. As trabalhadoras e trabalhadores são sempre os mais prejudicados quando se trata de contaminações por agrotóxicos. Pesquisas indicam a relação direta entre os agrotóxicos e o suicídio, a depressão, o câncer em várias formas, as dificuldades respiratórias e a má-formação genética.

Por isso, após uma grande e aguerrida marcha pelas ruas de Três Corações (cidade do Sul de Minas) as mulheres camponesas denunciam este modelo numa das sedes de uma empresa símbolo do agronegócio: a Heringer, que está presente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Sergipe, Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A Heringer é uma das grandes responsáveis por disseminar o agronegócio e o uso de agrotóxicos.

Nós, mulheres camponesas, com a manifestação nesta empresa, garantimos que não arredaremos um passo da decisão tomada de por fim ao agronegócio para, enfim, construir um projeto popular para o campo.