Audiência com Dilma encerra encontro das mulheres do MAB


Da Comunicação do MAB

 

O Encontro Nacional das Mulheres Atingidas por Barragens encerrou na tarde de quinta-feira (7/4), em Brasília, após uma audiência com a presidenta Dilma, no Palácio do Planalto. Mas as atividades desse dia começaram bem mais cedo. Pela manhã, o Movimento integrou uma marcha, da qual participaram 1.500 pessoas de diversos movimentos sociais e organizações ambientais, em defesa do meio-ambiente e de um outro projeto de sociedade.


Da Comunicação do MAB

 

O Encontro Nacional das Mulheres Atingidas por Barragens encerrou na tarde de quinta-feira (7/4), em Brasília, após uma audiência com a presidenta Dilma, no Palácio do Planalto. Mas as atividades desse dia começaram bem mais cedo. Pela manhã, o Movimento integrou uma marcha, da qual participaram 1.500 pessoas de diversos movimentos sociais e organizações ambientais, em defesa do meio-ambiente e de um outro projeto de sociedade.

 
Audiência com a presidenta
 
À tarde, as 450 militantes do MAB foram recebidas pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Soniamara Maranho, da coordenação nacional do Movimento, leu uma carta para a presidenta com as reivindicações das mulheres atingidas.
 
Entre as reivindicações, estava a regulamentação do decreto assinado no ano passado pelo então presidente Lula, que instituiu o cadastro dos atingidos por barragens, a suspensão das obras da usina de Belo Monte e a elaboração de uma nova política nacional de tratamento das questões sociais e ambientais.
 
A carta declarava o apoio do Movimento às lutas dos operários das obras de barragens por melhores condições de trabalho e a solidariedade à resistência dos Povos Latinos, em especial os Mapuches no norte da Patagônia Argentina, atingidos pelas refinarias da Petrobrás.
 
A carta também destacou a importância da luta contra as mudanças propostas no Código Florestal brasileiro e anunciou a campanha contra os agrotóxicos, lançada neste dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde.
 
A presidenta reconheceu o MAB como interlocutor entre os atingidos por barragens e o governo e buscou reforçar em sua fala a intenção de manter as portas abertas para o diálogo permanente com o movimento. Essa intenção havia sido manifestada no começo da audiência pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Carvalho afirmou que, a cada dois meses, representantes dos ministérios envolvidos com as pautas dos atingidos vão receber o MAB para buscar avançar nas tratativas.
 
Dilma declarou que a pauta do MAB é muito importante porque “faz parte de uma questão muito cara ao governo, que é esse permanente diálogo com os movimentos sociais.” Em outro momento, afirmou ser contra “aqueles que dizem que o governo deve ficar surdo às reivindicações”.
 
A presidenta, no entanto, não se comprometeu a atender todas as demandas especificadas na carta elaborada pelas mulheres, afirmando que não ia fazer promessas “demagógicas”.
 
Dilma também destacou a importância da organização das mulheres na luta por seus direitos, reconhecendo que elas são as mais afetadas pela pobreza.
 
Essa é a terceira vez, em 20 anos de existência, que o MAB é recebido pela Presidência da República. As outras duas aconteceram em 2010, quando o Movimento foi recebido por Lula.
 
Marcha na Esplanada
 
Na marcha com as integrantes do MAB e de outros movimentos sociais, entre eles o Movimento Sem Terra (MST), Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Instituto Socioambiental (ISA) e Greenpeace, foi lançada a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida. Os manifestantes também protestaram contra o projeto do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) de alteração do Código Florestal, apoiado pelos ruralistas, defenderam a Reforma Agrária e reivindicaram um projeto energético popular.
 
Os atos de protesto aconteceram em frente ao Ministério da Agricultura, do Congresso e do Ministério de Minas e Energia. Ali, o MAB denunciou o atual modelo energético, que explora os trabalhadores com os altos preços da energia elétrica. As mulheres do Movimento também cobraram o imediato cancelamento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, prevista para ser construída no Rio Xingu, no Pará.
 
“O Ministério de Minas e Energia é o coordenador de todo setor elétrico que, em sua grande maioria, está nas mãos das empresas privadas. Essas empresas, historicamente, têm violado os direitos humanos, negado o direito dos atingidos e precarizado as condições de trabalho, como tem ocorrido com os trabalhadores das usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia”, afirmou Liciane Andrioli, coordenadora nacional do MAB.