“Ocupação em Piranhas está em paz”, diz dirigente do MST

 

Por Rafael Soriano
Da Pàgina do MST



As 150 famílias organizadas no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acampadas na fazenda Luíx Xavier, em Piranhas, no sertão de Alagoas, ergueram seus barracos de lona para iniciarem um novo cotidiano.

 

Por Rafael Soriano
Da Pàgina do MST

As 150 famílias organizadas no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acampadas na fazenda Luíx Xavier, em Piranhas, no sertão de Alagoas, ergueram seus barracos de lona para iniciarem um novo cotidiano.

“Está tudo em paz, estamos construindo barracos para as famílias”, disse a militante do MST, Maria Tavares que está na ocupação. “Ontem os funcionários da fazenda até vieram para trabalhar”, conta.

Ela conta que os empregados de Luís Cavalcante, muitos amigos de agricultores agora acampados, entraram à vontade na fazenda. “Eles acordaram que poderíamos colocar um cadeado e que se quisessem sair era só avisar”, relata a agricultora.

Ao meio-dia se despediram e saíram pela porteira que foi aberta pelos Sem Terra e trancada novamente depois. “Até possa ser que dê melhora aqui pra nós”, anunciou um dos funcionários se referindo à ocupação e divisão das terras.

A ocupação da área faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, na passagem dos 15 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, no último dia 17. O MST reivindica a vistoria da área por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e consequente assentamento de famílias.

Toda propriedade rural deve atender às determinações da função social da terra (art. 184 a 186 da Constituição), em que se observam índices de produtividade, legislações ambientais e trabalhistas.

Durante a jornada no mês de abril, o MST chama atenção para a impunidade no campo brasileiro, cobra também o assentamento de 100 mil famílias acampadas em todo o país e melhorias para as políticas destinadas aos assentamentos já existentes.

O Movimento menciona a falta de infra-estrutura básica para escoar a produção, como pontes e estradas, e deficiências nas políticas de atenção à saúde e de educação no campo.

Em Alagoas, os trabalhadores rurais Sem Terra ainda esperam a posição do governo do Estado sobre a liberação imediata das terras do Produban para Reforma Agrária. Na última quinta-feira (14), o MST bloqueou a rodovia BR-101 em dois pontos (Junqueiro e Joaquim Gomes) para cobra de Incra e Governo agilidade no assentamento de famílias em Alagoas.

O MST aguarda hoje o contato do gerente da agência do Banco do Brasil ocupada no mesmo dia sobre a data da reunião com a superintendência do banco em Maceió para tratar da liberação do crédito rural.