10º Congresso do SINPAF começa nesta terça

Da Comunicação Sinpaf

Da Comunicação Sinpaf

O 10º Congresso do SINPAF começa nesta terça (26/4) com a participação de cerca de 240 delegados representando os filiados – trabalhadores da Embrapa, Emepa, Pesagro, Codevasf e distritos de irrigação – de todo o país. Com o tema “O Movimento Sindical e as Políticas Públicas de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário”, o evento se destaca pelo debate sobre as táticas de luta do sindicato para os próximos três anos e sua inserção nas políticas públicas relativas a pesquisa e desenvolvimento agropecuário.

Agrotóxicos – Como o SINPAF é um dos coordenadores, no Distrito Federal, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o tema também ganhará destaque. Na opinião do presidente da Seção Sindical Hortaliças, Vinícius Freitas, a discussão desse assunto é essencial para a categoria que contribui diretamente com a produção de alimentos. “A agricultura brasileira é a que mais consome agrotóxicos no mundo há três anos. Essa situação tem um custo ambiental e um impacto negativo na saúde dos trabalhadores e, afinal, de todos os brasileiros, já que muitos dos alimentos presentes na nossa mesa estão contaminados com altos índices desses venenos”, observa Vinícius.

De acordo com os dados mais recentes do Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vários alimentos presentes na mesa do brasileiro apresentaram resíduos irregulares de defensivos agrícolas: morango (43,6% de contaminação), tomate (44,7%), alface (40%), banana (4,3%), batata (1,36%), cenoura (9,9%), laranja (6%), maçã (2,9%) e mamão (17,2%). No total, 1.198 amostras, recolhidas pelas vigilâncias sanitárias de Estados e municípios, foram analisadas. O estudo também constatou o uso de agrotóxicos já proibidos. Para a Diretoria Nacional do SINPAF, é importante que a categoria discuta não só esses aspectos, mas principalmente a importância da elaboração de políticas públicas capazes de promover uma transição segura do atual modelo de produção de alimentos para a agricultura agroecológica.

Código Florestal – As propostas de alteração do Código Florestal Brasileiro (Lei 4.771/65) também estão sendo discutidas pelo SINPAF e constarão da pauta de debates do 10º Congresso. Para o SINPAF, a lei sempre pode ser aperfeiçoada, no entanto, de maneira a incentivar técnicas para uma agricultura sustentável, aproveitando, inclusive, áreas de reserva legal e de preservação permanente. Além disso, o sindicato também defende o pagamento por serviços ambientais.

Saúde do trabalhador e Plano de Lutas – Uma das propostas que serão debatidas no Congresso é a da criação da diretoria nacional de saúde do trabalhador, discutida durante a campanha da atual gestão do SINPAF. No final das discussões, os delegados deverão aprovar o Plano de Lutas para o próximo triênio. Essas resoluções serão postas em prática pelo conjunto das lideranças sindicais e serão divulgadas para as instâncias da sociedade com as quais o SINPAF tem relação. 

O 10º Congresso será realizado no Hotel Nacional, em Brasília, entre os dias 26 (abertura solene marcada para as 19h) e 30 de abril.

Mobilização na Esplanada dos Ministérios

No dia 28, os delegados tomarão café na Esplanada dos Ministérios, no ato público que Diretoria Nacional realizará um entre os ministérios da Agricultura e da Integração Nacional. O ato também terá a participação dos trabalhadores da Embrapa e Codevasf no Distrito Federal, além de representantes de outras entidades sindicais e dos movimentos sociais. Lideranças políticas e autoridades do governo também foram convidadas.

Com a mobilização, o sindicato pretende chamar a atenção da sociedade para a necessidade de valorização dos trabalhadores e de mais investimentos nas políticas públicas de pesquisa e desenvolvimento agropecuário. O combate ao assédio moral e ao uso indiscriminado de agrotóxicos, além do alerta para a necessidade de ampliação do debate sobre as alterações propostas para o Código Florestal também ganharão destaque. Serão distribuídos kits de frutas produzidas no modelo agroecológico (cerca de oito mil toneladas), além de mil pacotes de sementes de árvores frutíferas nativas do Cerrado, junto com material de divulgação das reivindicações e lutas gerais da categoria.