Pequenos agricultores e assentados fazem marcha e protesto em Porto Alegre

 

Por Bianca Costa
Fotos Leandro Silva.
Da Página do MST



Mais de 3.000 pequenos agricultores da Via Campesina realizaram uma grande marcha em Porto Alegre , na manhã desta quarta-feira (18), para exigir que o governo federal faça a renegociação das dívidas da agricultura familiar. Foi ocupado também o pátio do prédio do Ministério da Fazenda.

 

Por Bianca Costa
Fotos Leandro Silva.
Da Página do MST

Mais de 3.000 pequenos agricultores da Via Campesina realizaram uma grande marcha em Porto Alegre , na manhã desta quarta-feira (18), para exigir que o governo federal faça a renegociação das dívidas da agricultura familiar. Foi ocupado também o pátio do prédio do Ministério da Fazenda.

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Os trabalhadores do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que integram a Via Campesina, marcharam pela Av. Borges de Medeiros, no centro de Porto Alegre até o prédio do Ministério da Fazenda.

Os pequenos agricultores pretendem ficar no local por tempo indeterminado.

“O ponto principal da mobilização é a questão do endividamento, fundamentalmente com relação ao governo federal porque as dívidas junto ao governo do estado foram anistiadas. Estamos pautando também temas que dizem respeito ao governo do estado e que ainda não foram resolvidos”, aforma o assentado Isaias Vedovatto, do MST.

Somente no Rio Grande do Sul, os pequenos agricultores somam R$ 5 bilhões em dívidas vencidas ou que estão por vencer. Já no Brasil, o valor chega a R$ 30 bilhões. A renegociação é fundamental para a continuidade da produção, já que muitos pequenos agricultores e assentados da Reforma Agrária não conseguem mais acessar crédito devido às dívidas.

A situação é preocupante, pois a agricultura familiar é responsável pelo abastecimento interno de alimentos – responde por 70% do alimento da mesa do brasileiro.

Os eventos climáticos como a estiagem, as enxurradas, o granizo, as enchentes e os vendavais resultaram em perdas significativas nas safras plantadas.

As causas do endividamento são antigas e refletem os custos de produção muito altos, os preços baixos pagos aos pequenos produtores, secas frequentes, empobrecimento no campo e falta de políticas públicas de comercialização.

O que os agricultores exigem

* A consolidação em um único contrato das dívidas de custeio e investimento dos camponeses e assentados da Reforma Agrária;

* Alongamento do prazo de pagamento para 15 anos, com 2 anos de carência e juro zero;

* Bônus de adimplência de 30% em cada parcela repactuada;

* Desconto de R$ 12 mil por família, incluindo o crédito emergencial;

* Acesso a novos financiamentos.