Familiares esperam “que se faça justiça”



Do Terra de Direito



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Nesta quarta-feira (27), às 13h, terá início o júri do assassinato de Eduardo Anghinoni, morto em 1999 em Querência do Norte. Para o julgamento, foram convidadas autoridades e militantes do movimento, e já está confirmada a presença de familiares de Anghinoni. Entre os parentes, irá comparecer ao julgamento o irmão Celso Anghinoni, liderança do MST que por muitos anos conviveu com ameaças de morte.

De acordo com Celso, a família sempre foi muito unida, mas depois do assassinato todos ficaram muito abalados. “A morte do meu irmão abalou todos nós, minha esposa entrou em depressão, minha menina, às vezes começa a chorar, ela acha que vai voltar a acontecer, minha esposa teme até hoje”, relata o trabalhador.

Depois de quase 12 anos do ocorrido, ninguém foi julgado. Celso conta que teve que mudar sua rotina e se afastar das tarefas que desenvolvia no assentamento, já que a família não suportaria reviver aquilo que viu, presenciou e sentiu. “Nesse tempo eu tive que mudar, tive um afastamento de todas as atividades do MST até hoje, por conta da família que não suportaria mais ameaças e violência.”

Os familiares e militantes do MST têm esperança de que este assassinato não seja mais um na lista de violência cometida pelo latifúndio. “Nós estamos esperando que se faça justiça mas, mesmo assim, nós temos uma preocupação, porque sabemos que os caras estão soltos e sabemos que são bandidos, e são bandidos frios.”

Para o julgamento, são aguardadas autoridades federais, estaduais, parlamentares e também uma comitiva de familiares e militantes do MST, vindos de Querência do Norte. Já confirmaram presença a coordenadora do Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Clarissa Jokowski, parlamentares do Paraná, como o deputado federal Dr. Rosinha e o deputado estadual Tadeu Veneri, e organizações de direitos humanos.

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