MST colabora para a criação de curso de especialização no Piauí


Por Loneide Nunes e
Marilene do Nascimento
Da Página do MST


No dia 16 de janeiro, a primeira turma de Especialização em Educação Contextualizada no Semiárido deu início as suas atividades no Centro Estadual de Educação Profissional Francisca Trindade – CEEPRO, em Piauí. O Curso de pós-graduação é voltado para a pesquisa e a prática educativa e deve ser realizado a partir de três eixos de sustentação: educação contextualizada, educação do campo e desenvolvimento humano ambiental.


Por Loneide Nunes e
Marilene do Nascimento
Da Página do MST

No dia 16 de janeiro, a primeira turma de Especialização em Educação Contextualizada no Semiárido deu início as suas atividades no Centro Estadual de Educação Profissional Francisca Trindade – CEEPRO, em Piauí. O Curso de pós-graduação é voltado para a pesquisa e a prática educativa e deve ser realizado a partir de três eixos de sustentação: educação contextualizada, educação do campo e desenvolvimento humano ambiental.

De acordo com a professora e coordenadora Lucineide Medeiros de Barros, esse é um momento histórico. “Estamos fazendo um curso de especialização no contexto da realidade brasileira que representa, de modo geral, o acesso de muitos poucos ao curso superior, pois são poucos os que conseguem entrar na universidade”, afirma.

Ainda na opinião de Lucineide, o número de pessoas que conseguem ir pra a pós-graduação é muito menor. “Não é por acaso que são poucos os que conseguem chegar ao mestrado ou doutorado, é porque a sociedade tá pensada pra ser assim, pra que esses lugares sejam destinados a alguns, considerados iluminados, que devem continuar detendo as condições de dar rumo pra sociedade e para a nossa vida”, diz.

A coordenadora Lucineide ressalta ainda que “certamente quando a gente vê 50 trabalhadores e trabalhadoras filhos e filhas de trabalhadores e trabalhadoras do campo ocupando um espaço da pós-graduação não é pra gente compreender isso como pouca coisa ou como uma coisa corriqueira. Aqui nós estamos diante de um fato extraordinário e esse acontecimento não se dá por acaso, mas por meio de um processo de luta”, fala.

O curso tem duração de dois anos, com 370 horas, que estão distribuídas em quatro etapas. As duas primeiras etapas estão sendo realizadas juntas. A primeira etapa tem duração de 20 dias e as demais, de 10 dias. Segundo a coordenadora Lucineide, o curso tem a organicidade da Pedagogia do MST, os tempos diferenciados da escola formal, sendo tempo escola e tempo comunidade. A turma de especialização adotou os círculos de cultura, ideia presente na educação popular, como forma de discutir, planejar e construir em coletivo.

 

 

Os educandos são de diferentes áreas de formação: historiadores, geógrafos, pedagogos, agrônomos e comunicadores sociais. De acordo com o educando Elemar Luciano Pereira Bilha, coordenador pedagógico da escola Pedro Mariano de Freitas do Assentamento Josué de Castro, Município de Buriti dos Lopes, “o curso vai melhorar as escolas. Aqui é possível dialogar as dificuldades, os problemas porque tem pessoas de diversas escolas”, comentou.

Parte do apoio para a realização do curso veio do Instituto Nacional do Semiárido (ISA) e do CNPQ, que lançaram um edital em 2010. O edital foi aprovado sob a responsabilidade institucional da Universidade Estadual do Piauí (UESP), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Instituto Federal de Educação (IFPI), Instituto Superior de Educação Antônino Freire (ISEAF), que elaboraram o projeto para 50 pessoas, contemplando educadores que trabalham em escolas de assentamentos da Reforma Agrária na região semiárida. Além dessas instituições, o MST também colaborou para a realização do curso.