“Seguiremos mobilizados no Pontal (SP) até que os problemas sejam resolvidos”



Da Página do MST

Nos últimos dias, mais de 200 famílias realizaram uma série de atividades na região do Pontal do Paranapanema (SP), como parte da Jornada de Lutas do Estado de São Paulo.

Da Página do MST

Nos últimos dias, mais de 200 famílias realizaram uma série de atividades na região do Pontal do Paranapanema (SP), como parte da Jornada de Lutas do Estado de São Paulo.

Foram vigílias, marchas e atos públicos diante dos Fóruns de Pirapozinho, Presidente Prudente e Presidente Venceslau para pressionar os órgãos públicos a realizar a Reforma Agrária na região. Leia abaixo o manifesto do MST publicado e divulgado na Jornada.

Por que estamos mobilizados ba região do Pontal do Paranapanema?

O ano de 2012 se iniciou com nada de novo em relação a 2011. A Reforma Agrária não saiu, as famílias continuam acampadas na beira de rodovias embaixo de lona preta e o Estado, além de não desapropriar novas áreas para assentamentos continua reprimindo fortemente os movimentos sociais de luta no campo e nas cidades.

Na região do Pontal do Paranapanema há entorno de 400 famílias em acampamentos do MST e outro contingente nas periferias das cidades aguardando para serem assentadas, mas infelizmente a morosidade do judiciário e dos governos federal e estadual tem impedido a realização desse processo, mesmo sabendo que há na região mais de 500 mil hectares de terras devolutas e improdutivas que poderiam ser destinadas para Reforma Agrária.

Mostrando consentimento com o processo de grilagem das terras, o governo estadual (Serra e Alckmin) vem apresentando várias propostas (PL-578-07) de “regularização” ou doação das terras para os latifundiários e empresários do setor canavieiro que exploram a monocultura da cana na região, destruindo a natureza e a vida.

É por esses motivos que reivindicamos o assentamento imediato dessas famílias nas terras da Fazenda Nazareth em Marabá Paulista e São Domingos em Sandovalina, que somam mais de 5.800 hectares juntas. Já faz mais de dois anos desde que essas terras foram reconhecidas públicas, e desde então vem se arrastando a sua demarcação e reivindicação pelo Estado.

A vida das várias famílias, que poderiam estar produzindo alimentos saudáveis para sociedade, não pode ficar prejudicada por conta de interesses do governo e da demora do Poder Judiciário, que se mostram condizentes com os poderosos.

Nesse momento em que se acentua a criminalização aos movimentos em luta, também prestamos solidariedade às famílias da Favela do Pinheirinho em São José dos Campos, que foram violentamente despejadas de suas casas e espancadas pela PM do estado amando do Poder Judiciário e do governador.

É inaceitável que numa sociedade que se diz democrática ocorram esse tipo de ações. Ficou evidente nesse ato pra quem serve e ao que serve o estado e a justiça nesse país, pois quando se trata de grandes especuladores, latifundiários e empresários que roubam os cofres públicos, como é o caso de Naji Nahas, a justiça e a polícia é rápida e eficiente, da mesma forma na emissão de ordens de despejos e despachos para reintegração de posse quando os latifúndios e as terras improdutivas são ocupadas pelo MST.

Por esses motivos seguiremos mobilizados na região do Pontal até que esses problemas sejam resolvidos. Para isso pedimos o apoio de outros setores da sociedade e que se juntem a nós nessa luta.   
 

Direção Estadual do MST-SP.