MST participa de ato em solidariedade à Pinheirinho em Ribeirão Preto


 

Por João Previattelli
Da Página do MST

 


 

Por João Previattelli
Da Página do MST

 

Logo após a reintegração de posse realizada em Pinheirinho – região de São José dos Campos (SP) – no dia 22 de janeiro, por meio de uma ação repressiva e violenta da Polícia Militar, se formou na cidade de Ribeirão Preto um comitê para se discutir os problemas relacionados às reintegrações de posse, com a participação de diversas organizações e movimentos sociais.

Nesse sentido, o comitê organiza um ato para este sábado (25) na cidade de Ribeirão Preto, em solidariedade às famílias do Pinheirinho e contra a criminalização dos movimentos sociais, repudiando as formas como estão ocorrendo às reintegrações de posse.

MST doa caminhões de alimentos para a população de Pinheirinho

É esperada grande participação das mulheres, já que o ato também visa a conscientização e preparação para as mobilizações que acontecem no dia 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres.

Kelli Mafort, da direção nacional do MST, afirmou que “ainda há possibilidade de reintegração de posse em algumas favelas da região, por isso o comitê propõe igualmente a discussão dos problemas agrários e habitacionais de Ribeirão.”

O ato pretende dialogar com questões concretas que estão acontecendo na região, já que ocorre em meio a um processo de ocupação de terra pelo MST – a Fazenda Martinópolis, no município de Serrana – além de possíveis despejos de algumas favelas da região. Portanto, ele ainda pretende contribuir na convocação para uma luta conjunta e permanente.

Fazenda Martinópolis 

A cidade de Ribeirão Preto é conhecida como a “capital” do agronegócio brasileiro, de modo que o lobby exercido pelos latifundiários e empresas transnacionais se torna num forte entrave para o avanço da Reforma Agrária na região.

A fazenda Martinópolis, ligada a Usina Nova União, é um forte exemplo. Mesmo após a comprovação de uma dívida avaliada em mais de R$300 milhões, denúncias de irregularidades trabalhistas e ambientais, ela ainda não foi destinada à Reforma Agrária.

Atualmente, 80 famílias estão acampadas na fazenda desde o dia 11 de fevereiro, com a finalidade de pressionar o governo para que os cerca de 1800 hectares cumpra sua função social.

Ao longo desses dias, já foram realizadas diversas ações culturais e didáticas para os acampados, como a oficina de agrofloresta, que visa conciliar a produção de alimentos e a preservação ambiental.

Mesmo com a imobilidade do governo e as dificuldades impostas pelos latifundiários, Kelli se mostra confiante: “Casos como esses demonstram as debilidades do agronegócio. Estamos lutando e estamos otimistas em relação à Reforma Agrária.”

Ato Político:

“SOMOS TODOS PINHEIRINHO, SOMOS TODOS FAVELA DA FAMÍLIA”

– Em defesa do direito à moradia
– Contra a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais

Dia: Sábado 25/02/2012
Horário: 9h
Local: Esplanda Pedro II