MST promove série de protestos e fecha rodovias na Bahia

 

Da Página do MST*


O MST promove uma série de bloqueios em rodovias e ferrovias da Bahia na manhã desta terça-feira (17), de acordo com Marcos Almeida, dirigente regional do movimento na região oeste do estado.

 

Da Página do MST*

O MST promove uma série de bloqueios em rodovias e ferrovias da Bahia na manhã desta terça-feira (17), de acordo com Marcos Almeida, dirigente regional do movimento na região oeste do estado.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirma pontos de protesto na BR-116, próximo à cidade de Feira de Santana, e na BR-110, próximo a Paulo Afonso, no norte do estado, além da BR-242, na região oeste.

A ação é nacional e lembra aos 16 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido no dia 17 de abril de 1996 no Pará, marco do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, celebrado nesta terça-feira. Na ocasião, 21 trabalhadores sem-terra foram assassinados.

No trecho da BR-242, que liga as cidades de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, o ato foi iniciado por volta das 8h e segundo a organização, deve durar cerca de duas horas.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que o protesto gera congestionamento nos dois sentidos da pista, porém ainda não tem informações sobre a extensão do problema. Segundo o órgão, o trecho é uma das principais rotas do transporte de cargas do estado. Para bloquear as vias, os manifestantes usam pneus queimados e galhos de eucaliptos.

“Nós queremos a punição dos agressores do massacre em Eldorado dos Carajás, que até agora não aconteceu. Além da BR-242, estamos em dois pontos da BR-116, em três localidades da BR-101 e em duas ferrovias importantes do estado, uma que liga Brumado a Sapeaçu e a outra, perto de Juazeiro”, afirma Marcos Almeida, do MST. O movimento pressiona ainda o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para agilizar vistoria de terras improdutivas em todo estado.

Salvador

Em Salvador, o MST juntamente com a CETA (Movimento dos Trabalhadores Rurais Assentados, Acampados e Quilombolas), MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados) e Pastoral Rural levaram para as ruas mais de dois mil trabalhadores rurais.

Os movimentos estão lutando pela punição aos assassinos de camponeses num massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás – PA, em 1996, e cobrando mais agilidade na Reforma Agrária, após ocupação do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) na madrugada do dia 16.

Organizados em filas e gritando por justiça os trabalhadores rurais marcharam rumo ao Fórum Teixeiras de Freitas. No meio do ato os camponeses conseguiram agendar uma reunião com a presença de integrantes do MST, a Superintendência do Incra e o Juiz responsável pela sétima vara, no intuito de cobrar mais agilidade nas emissões de posse das diversas fazendas improdutivas no estado que estão paralisadas.

Para Joelson Ferreira, um dos coordenadores do MST no estado, “nós temos nossos direitos, se o estado não respeita a lei nós temos o direito de fazer essa lei, ou seja, ou desapropria a terra para quem não a tem terra ou todo o Sem Terra tem o direito de ocupar a terra…”.

Após o agendamento da reunião, os trabalhadores rurais seguiram marchando ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. No decorrer do caminho os camponeses exigiam justiça, pois completa 16 anos que vários camponeses foram assassinados em Eldorado dos Carajás e ninguém foi punido por isso.

Nestes anos de injustiça, o MST cobra do estado baiano agilidade no processo de construção da Reforma Agrária e a punição dos assassinos em Carajás. Como o próprio grito do movimento diz: “Enquanto existe fome, enquanto existe guerra o MST vem lutando pela Terra!” nos mostra que esta luta não terminará tão cedo.
Ao termino da manifestação os trabalhadores rurais retornaram ao Incra, aonde continuam ocupando o espaço e reivindicando outras pautas de negociação.

 

*Com informações do G1 da Bahia