Sem Terra trancam quatro rodovias no Paraná para cobrar punição do massacre
Por Geani Souza
Da Página do MST
O MST trancou três rodovias no Paraná e fez uma ocupação de terra em memoria dos 21 mortos em Eldorados dos Carajás e para cobrar a punição dos responsáveis, na manhã desta terça-feira (17/04).
As rodovias foram trancadas por 21 minutos em homenagem aos mortos no Massacre em 1996 no Pará.
Na BR-116, em Curitiba, cerca de 1000 trabalhadores fecharam a rodovia, trazendo consigo faixas, cartazes e cruz em memoria aos trabalhadores
Foi trancada também a BR-277, no município de Cascavel, onde aproximadamente 300 integrantes do movimento levaram bandeiras e fizeram uma apresentação na rodovia.
Na BR-158, em Rio Bonito do Iguaçu, 60 pessoas pararam a rodovia em forma de protesto também.
A Rodovia PR 317 foi interditada por 21 minutos na manhã por 70 integrantes de 15 assentamentos do MST da região norte e noroeste do Paraná, junto com moradores da Escola Milton Santos de Agroecologia, na altura de Maringá.
Conquista
Cerca de 13.400 Sem Terra ocuparam a fazenda Giacomet-Marondim, em Rio Bonito do Iguaçu, em 1996. Atualmente, vivem no local famílias dos assentamentos Ireno Alves dos Santos e Marcos Freire.
As famílias e amigos do MST fizeram um ato em celebração à conquista desses assentamentos na comunidade Nova Santa Rosa, com várias apresentações culturais.
Jornada
A Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária tem como objetivo, por meio de ocupações, protestos e marchas, denunciar a drástica paralisação da Reforma Agrária com a diminuição das políticas de desapropriações de terras.
O MST cobra o assentamento das 186 mil famílias acampadas no país.
No primeiro ano do governo Dilma, o número de famílias assentadas foi o menor dos últimos 16 anos.
Para piorar, neste mês de abril o Ministério do Planejamento cortou 60% do orçamento do Incra. Esse recurso é suficiente apenas para o pagamento de salários dos servidores.
Foram cortados os recursos para obtenção de terras, instalação de assentamentos, para desenvolvimento da agricultura familiar e para a educação do campo. Com isso, a tendência é o governo repetir o desempenho lamentável do ano passado.