Assassinato de Antonio Tavares completa 12 anos de impunidade no Paraná

Ação truculenta da polícia deixou 185 pessoas feridas e um morto, Antônio Tavares Pereira

 

Da Página do MST


O dia 2 de maio ficou marcado na luta pela Reforma Agrária, porque foi assassinado do integrante do MST Antonio Tavares, em 2000, em operação da Polícia Militar do Paraná, na BR 277, município de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, que deixou 185 pessoas que ficaram feridas.

Ação truculenta da polícia deixou 185 pessoas feridas e um morto, Antônio Tavares Pereira

 

Da Página do MST

O dia 2 de maio ficou marcado na luta pela Reforma Agrária, porque foi assassinado do integrante do MST Antonio Tavares, em 2000, em operação da Polícia Militar do Paraná, na BR 277, município de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, que deixou 185 pessoas que ficaram feridas.

Cerca de 1000 Sem Terra de várias regiões do Paraná viajam para Curitiba para realizar uma mobilização em defesa da Reforma Agrária. A concentração teria inicio no Parque Barigui, onde sairiam marchando até a sede do Incra para fazer a entrega da pauta de reivindicações.

Ao chegarem na BR-277, município de Campo Largo, os cerca de 50 ônibus que levavam os trabalhadores rurais foram interceptados por viaturas da PM, que dispararam contra os trabalhadores. De acordo com relatos, assim que os primeiros trabalhadores desceram dos ônibus, policiais começaram a atirar.

A ação truculenta da polícia deixou 185 pessoas feridas e um morto, Antônio Tavares Pereira, que foi atingido no abdômen e faleceu horas depois no Hospital do Trabalhador. Na época, o governador era Jaime Lerner (do então PFL) e a Secretaria de Segurança Pública era de José Tavares.

Justiça

O policial Joel de Lima Santa’Ana, responsável pelo disparo que matou Tavares, foi absolvido pela Justiça Militar e o caso criminal foi arquivado pela Justiça Comum, mesmo com todas as provas apresentadas.

O MST, Terra de Direitos, Justiça Global e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) apresentaram o caso na Organização dos Estados Americanos (OEA). Em janeiro de 2010, a OEA anunciou o envio do caso para a análise da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

No relatório, a OEA diagnosticou a violação do direito à vida, o direito à proteção judicial e o direito à reunião e à livre circulação dos trabalhadores Sem Terra pelo Estado brasileiro.

A OEA comparou a operação policial ao Massacre de Eldorado dos Carajás e afirmou que “a Polícia Militar não goza da independência e da autonomia necessárias para investigar de maneira imparcial as supostas violações de direitos humanos presumivelmente cometidas por policiais militares”.

Depois de muito empenho, no fim de 2011, a família do trabalhador Sem Terra Tavares, foi indenizada.

Em tributo às vitimas da violência no campo no Paraná, foi construído em 2001, pelas mãos dos próprios Sem Terra, o Monumento Antônio Tavares Pereira, com dez metros de altura, projetado por Oscar Niemeyer. O local foi o mesmo onde ouve o confronto em 2000.