Quilombolas ocupam fazenda que se situa dentro de seu território em Minas



Da CPT 

Diante do descaso do Governo Dilma e cansados de esperar, 350 famílias quilombolas de Brejo dos Crioulos, com o apoio da Via Campesina, ocuparam neste sábado (15) a fazenda do empresário Raul Ardito Lerário de Pindamonhangaba (São Paulo).

Há notícias de que um quilombola de nome Roberto foi ferido por um tiro nas costas pelo pistoleiro Zé Reis vulgo, sargento Julião. Um dos pistoleiros morreu após ser levado ao hospital. Outro três funcionários da fazenda foram presos por porte de arma.

Da CPT 

Diante do descaso do Governo Dilma e cansados de esperar, 350 famílias quilombolas de Brejo dos Crioulos, com o apoio da Via Campesina, ocuparam neste sábado (15) a fazenda do empresário Raul Ardito Lerário de Pindamonhangaba (São Paulo).

Há notícias de que um quilombola de nome Roberto foi ferido por um tiro nas costas pelo pistoleiro Zé Reis vulgo, sargento Julião. Um dos pistoleiros morreu após ser levado ao hospital. Outro três funcionários da fazenda foram presos por porte de arma.

O território quilombola de 17.302 hectares, composto por 512 famílias, situa-se nos municípios de São João da Ponte, Varzelândia e Verdelândia (Minas Gerais), e nove proprietários detêm 13.290 hectares da área.

Nestes 12 anos de luta e de total descaso do poder executivo e judiciário, as famílias vêm utilizando o método de retomadas/ocupações dos latifúndios dentro do território. Única forma de serem ouvidas pelas autoridades. Em abril de 2004, quatrocentas famílias quilombolas realizaram a 1ª retomada organizada, na fazenda São Miguel, de propriedade do Miguel Véo Filho. Depois disso foram realizadas mais de doze retomadas até a recente data, nos latifúndios invasores do território, nas fazendas de Miguel Véo Filho, Névio, Dílson Godino, Raul Ardito, Albino Ramos, Zé Maria, Diniz e Moacir Rodrigues.

No final de setembro de 2011, duzentas famílias de Brejo dos Crioulos acamparam em frente ao Palácio do Planalto, por uma semana e conseguiram que o decreto de desapropriação fosse assinado pela presidenta Dilma Rousseff. A partir daí os quilombolas aguardaram o governo para que retirasse os proprietários e titulasse o território entregando-o aos quilombolas. Um ano se passou e os quilombolas permanecem fora das terras e os proprietários dentro da mesma. Estes aumentaram a exploração do território com maior numero de animais e desmatamento ilegal.

Pela sua inoperância e subserviência ao latifúndio o governo federal passa a ser o gerador dos conflitos e o judiciário acaba emitindo os mandados de despejos contra os negros, em vez de emitir mandados para o executivo cumprir seu papel, fazendo com que a lei da função social da terra prevaleça. O pobre que se lasque e pague a conta da inoperância do Estado. A luta pela desintrusão e titulação do território continuará.