Em sua 5° edição, exposição Mostra Luta tem como tema as remoções



A Mostra Luta chega à sua quinta edição, exibindo filmes de movimentos sociais, movimentos de trabalhadores, coletivos da periferia e realizadores militantes.  São lutas sociais, denúncias, expressões e diferentes olhares sobre a realidade, de pontos de vista ausentes das mídias comerciais ou mesmo dos circuitos independentes mais conhecidos.

A Mostra Luta chega à sua quinta edição, exibindo filmes de movimentos sociais, movimentos de trabalhadores, coletivos da periferia e realizadores militantes.  São lutas sociais, denúncias, expressões e diferentes olhares sobre a realidade, de pontos de vista ausentes das mídias comerciais ou mesmo dos circuitos independentes mais conhecidos.

Realizada no Museu da Imagem e do Som, em Campinas, ela foi inicialmente uma proposta de grupos com uma importante produção, mas que não tinham lugar para exibir. Ao longo das edições, a mostra abriu inscrições para todo o Brasil, convidou diferentes produções, promoveu debates e deu espaço para diversas manifestações artísticas além do audiovisual. Através deste processo foi criado o Coletivo de Comunicadores Populares, que organiza a mostra e participa de ações de comunicação junto aos movimentos sociais.

Veja a programação

Este ano, o evento será do dia 17 ao dia 21 de outubro e terá como tema as remoções/desocupações. Embora haja uma diversidade de temas, o foco estará nas produções que tratam das ações repressivas que vêm atingido famílias em todo o país. As ações de desocupação têm sido feito para a construção de grandes obras de eventos esportivos, usinas hidrelétricas e para servir a interesses imobiliários. Filmes como Belo Monte: anúncio de uma guerra (André D’Élia) O massacre de Pinheirinho: a verdade não mora ao lado (Coletivo de Comunicadores Populares) mostram este processo.

Junto a isso, vem sendo desenvolvido um processo higienista de extermínio do povo negro e pobre. São ações policiais e políticas urbanísticas repressoras, que excluem e matam quem não pode participar do ideário de desenvolvimento de quem tem o poder. Esta grave situação em São Paulo está em filmes como Mães de Maio: um grito por justiça (do próprio coletivo das mães) e Cracolândia e o Estado higienista: a violência legitimada, de Fernanda Eda.

Enquanto a Mostra Luta acontece, o Assentamento Milton Santos, do MST em Americana, sofre ameaça de despejo, mesmo sendo reconhecido pelo Governo Federal. A comunidade Recanto dos Pássaros (tema de um dos filmes), na periferia de Barão Geraldo-Campinas está sobre a mesma tensão. No dia 20, às 16 horas, haverá também um debate com alguns destas pessoas. Temos como objetivo denunciar, discutir e publicizar o que vem acontecendo de forma cada vez mais brutal.

Como disse certa vez Orestes Toledo, funcionário do MIS e um dos principais participantes da mostra, “o MST é também o ‘movimento- dos sem TELA’. A Mostra Luta, portanto, tenta propiciar uma possível tela para os grupos que lutam para construir uma outra sociedade e sobrevivem em sua luta diária contra as injustiças do sistema em que vivemos.

5a. Mostra Luta:

17 a 21 de outubro de 2012

Local: Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas

Rua Regente Feijó, 859 (Palácio dos Azulejos), centro.

Ao lado da Catedral e da rua 13 de maio.