Policiais cumprem liminar antes da hora e prendem Sem Terra na BA


Por Wesley Lima
Da Página do MST

A Polícia Militar juntamente com o Comando de Ações Especiais do Sudoeste Gerais (CAESG) prendeu cinco Sem Terra durante a ação de reintegração de posse na Fazenda Jaguaré, localizada no município de Ipiaú no baixo sul baiano. Os policiais não exibiram nenhum mandado de prisão durante o episódio que aconteceu no último dia 8, e os trabalhadores rurais tampouco resistiram durante a ação.

Por Wesley Lima
Da Página do MST

A Polícia Militar juntamente com o Comando de Ações Especiais do Sudoeste Gerais (CAESG) prendeu cinco Sem Terra durante a ação de reintegração de posse na Fazenda Jaguaré, localizada no município de Ipiaú no baixo sul baiano. Os policiais não exibiram nenhum mandado de prisão durante o episódio que aconteceu no último dia 8, e os trabalhadores rurais tampouco resistiram durante a ação.

Os camponeses presos fazem parte do Acampamento Carlos Marighela que lutam pela desapropriação dessa fazenda há mais de 14 anos. Durante este período houve despejo e ameaças de pistoleiros, porém, os trabalhadores continuam resistindo.

Um dos grandes problemas desta ação foi a má comunicação entre o poder judiciário e os policiais. De acordo com a liminar de despejo, os Sem Terra tinham até o dia 9 para desocuparem a fazenda, entretanto, os policiais foram um dia antes do prazo estabelecido.

Já fazia mais de um ano que os trabalhadores rurais estavam dentro da fazenda, desde a última liminar de despejo emitida pelo poder judiciário e a reocupação de terra pelos Sem Terra. Neste período, a produção coletiva de hortaliças e o extrativismo garantiram a renda das 65 famílias acampadas.

O Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já realizou a vistoria da área, caracterizando-a como improdutiva. Porém, a emissão de posse não é decretada por conta do processo burocrático vigente, atravancando a Reforma Agrária na região.

Os trabalhadores presos foram liberados após 12 horas em cárcere. De acordo com o delegado foi um equívoco dos policiais e esta ação não devia acontecer desta forma.

As famílias estão acampadas ao redor da propriedade e continuam aguardando a desapropriação.