Camponesas se reunem com MDA e Incra após ocupação do Ministério


Da Página do MST

 

Na quinta-feira (07/3), mais de 1000 camponesas da Via Campesina e do Movimento Camponês Popular (MCP) ocuparam o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e realizaram negociações com o Ministério da Previdência Social, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Brasília.


Da Página do MST

 

Na quinta-feira (07/3), mais de 1000 camponesas da Via Campesina e do Movimento Camponês Popular (MCP) ocuparam o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e realizaram negociações com o Ministério da Previdência Social, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Brasília.

As camponesas denunciam o modelo de desenvolvimento do agronegócio e a priorização do governo brasileiro à grande propriedade e ao latifúndio. “O agronegócio aliado ao latifúndio, utiliza-se de trabalho escravo, expulsa o trabalhador do campo e não produz alimentos para o povo brasileiro. As mulheres são as primeiras a arcarem com as conseqüências: falta de trabalho, exposição constante a agrotóxicos e venenos, próprios do agronegócio. Isso é uma forma de violência contra a mulher camponesa”, afirma a integrante da coordenação nacional do MST, Kelli Mafort.

“Nós mulheres das organizações do campo reivindicamos direitos sociais que estão sendo retirados. Exigimos que as 90 mil famílias acampadas do MST e as cerca de 150 mil famílias acampadas em todo o país sejam assentadas. Não vamos permitir que a Reforma Agrária continue paralisada, porque é dela que vão sair os alimentos saudáveis para alimentar a população brasileira”, garante Kelli.

Como alternativa ao modelo do agronegócio, as camponesas defendem uma agricultura que garanta a soberania alimentar brasileira, com a produção de alimentos saudáveis, livre de agrotóxicos e que preserve o meio ambiente.As camponesas também reivindicam a necessidade do empoderamento político e econômico das mulheres do campo e o fim de qualquer tipo de violência contra as mulheres.

A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas. Em Brasília, cerca de 1200 pessoas ocupam um terreno ao lado do INCRA nacional, desde a última terça-feira (05/03). O acampamento Hugo Chávez irá permanecer na capital por tempo indeterminado, até o destravamento da pauta da Reforma Agrária.

Negociações – Às 16h, as camponesas se reuniram com o secretario do MDA, Laudemir André Müller, e o presidente do Incra, Carlos Guedes de Guedes, na sede do Incra em Brasília. As mulheres reivindicaram o acesso a créditos agrícolas, assistência técnica e políticas públicas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e a intensificação da campanha de documentação rural.

Segundo a integrante da coordenação nacional do MST, Rosana Fernandes, a audiência foi positiva, mas permaneceu somente no campo das promessas de avanço nas desapropriações de terras, a partir do pronunciamento recente da presidente Dilma de acelerar a Reforma Agrária no país. Foi divulgado que a previsão de orçamento para as desapropriações em 2013 é de 730 milhões, sendo que a meta é executar todo o orçamento até o fim do ano.

Durante a ocupação do Ministério da Agricultura, o Secretário Executivo do órgão, José Carlos Vaz, recebeu uma comissão de mulheres camponesas que apresentou denúncias ao modelo do agronegócio, que explora os recursos naturais e não produz alimentos para a população brasileira, e cobrou apoio à agricultura camponesa. Na ocasião, ele informou que o MAPA se encontra aberto ao diálogo com os movimentos sociais camponeses e que o Ministério não tem a função de atender somente um segmento, mas dar apoio a todas as agricultoras e agricultores brasileiros.

Após a ocupação do MAPA, às 11h, as camponesas se deslocaram para o Ministério da Previdência e Assistência Social, onde realizaram audiência com representantes do Ministério para denunciar as dificuldades que as mulheres do campo tem enfrentado para acessar benefícios da previdência, como auxilio doença e aposentadoria, principalmente na região Centro-Oeste. Foi marcada uma reunião com representantes do MCP em Goiás, para planejar a realização de Seminários regionais para discutir os problemas específicos da previdência em cada região.