Sem Terra protestam para cobrar justiça para Luciano Alves, em Alagoas

Da Página do MST

Nesta segunda-feira (3), centenas de famílias de agricultores do MST se mobilizam em frente ao Fórum de Justiça de Arapiraca para cobrar a punição dos assassinos de Luciano Alves. “Grilo”, como era conhecido o líder Sem Terra da região do Agreste alagoano, foi assassinado numa emboscada em 2003, na cidade de Craíbas (a 170 km da capital Maceió).

As famílias se concentram a partir das 8h na porta do Fórum, onde erguem uma vigília para pressionar o poder judiciário. Os acusados de mandante e executores do crime vão a júri popular, e os Sem Terra prometem ficar atentos a esse momento. “Estamos atentos à decisão da Justiça e vamos a público cobrar a condenação dos autores”, esclarece Débora Nunes, do MST.

“Grilo era uma liderança destacada não somente em Craíbas e Girau do Ponciano, onde atuava diretamente, mas em toda a região do Agreste”, destacou Débora. Ela analisa que “sua atuação incomodou os coronéis locais, que temiam inclusive a perda de poder político, tendo em vista a possível candidatura de Luciano Alves a vereador”. Com isso, o poder local mostrou sua face mais truculenta, acredita a dirigente.

A emboscada aconteceu entre as 20h30 e as 21h do feriado de 7 de setembro em 2003, quando Grilo se deslocava em direção ao assentamento onde vivia. Os assassinos o abordaram de motocicleta e logo disparam contra a vítima. Luciano Alves, de 28 anos, era coordenador do assentamento 25 de julho, membro da Direção Estadual do MST e também filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT).