Encontro de educadores na Bahia busca novas perspectivas na prática educativa


Por Wesley Lima
Da Página do MST

Cerca de 80 educadores e educadoras do Baixo Sul da Bahia se reuniram no “14° Encontro Regional de Educadores e Educadoras do Campo” entre os dias 8, 9 e 10 de agosto.

Realizado no Assentamento Ernesto Chê Guevara, no município de Wenceslau Guimarães, a atividade teve como principal objetivo debater novas metodologias em torno da educação do campo para serem adotadas nas escolas de Assentamentos e Acampamentos do Movimento.

O Encontro foi uma iniciativa do Setor de Educação do MST, que construiu o espaço de debate junto com coordenadores e instrutores da Escola Agrícola Margarida Alves, que se localiza no município de Ilhéus.

A Escola Agrícola já realiza parceria com alguns assentamentos do MST na região, contribuindo na disseminação cultural e nos debates estratégicos na melhoria de vida de diversas famílias, tendo como ferramenta a Educação do Campo.

Durante os três dias de encontro foram realizadas duas oficinas que discutiam o fortalecimento da prática educativa nas escolas do campo, tendo como diferencial a construção do saber de forma coletiva.

No primeiro grupo, os educadores se utilizaram da expressão corporal como ferramenta de estímulo a criativa dos educandos, garantindo assim reflexões do cotidiano e um maior contato com atividades de estímulo físico.

Já no segundo grupo, houve um debate aprofundado sobre a descriminação racial e sexista em sala de aula, fazendo com que os educadores aprendessem a identificar nos educandos e em si mesmos este tipo de preconceito, para que se possa combatê-los.

Atividades Culturais

Além dos espaços de debates e práticas educacionais, a mística de abertura da Noite Cultural realizada no segundo dia do encontro revelou talentos e promoveu reflexões coletivas sobre as metodologias adotadas nas escolas.

O ponto de partida, foram os desafios enfrentados no cotidiano das escolas do campo e a construção do conteúdo a partir de suas realidades.

Nessa perspectiva cultural, os educadores se confraternizaram durante todo o encontro, realizando cirandas, dinâmicas e intervenções.

Desafios

Ao final do encontro, foram muitas as atividades propostas que visavam o incentivo a participação da juventude nas escolas do campo, por meio de atividades que fortaleçam a cultura local e criem oficinas e espaço de estudo que deem acesso as diversas tecnologias existentes.

Os participantes também debateram sobre a realização do “Encontro dos Sem Terrinhas”, que está proposto para acontecer na semana das crianças no mês de outubro.

Diante disso, há o desafio de construir um encontro com muitas manifestações artísticas e oficinas de teatro, música, desenhos envolvendo todos os Sem Terrinhas.

Assim, a partir dos três dias de debate em torno de um planejamento estratégico educacional, que vise a construção de um modelo pedagógico capaz de refletir o campo, foi colocado como perspectiva final a prática diária de ações apreendidas ao longo dos três dias.

Pois isso permitiria, portanto, um fortalecimento do aprendizado dos educandos ao trazer uma nova metodologia que agregue o saber por meio da realidade de cada assentamento ou acampamento.