MST reocupa maior latifúndio da Zona da Mata, em Minas Gerais


Da Página do MST

Na manhã dessa terça-feira (3), cerca de 300 trabalhadores e trabalhadoras rurais do acampamento Dênis Gonçalves reocuparam a Fazenda Fortaleza de Sant`Anna, no município de Goianá, na Zona da Mata de Minas Gerais.

Por mais de dois anos, as famílias resistiram acampadas próximas ao latifúndio, na beira da MG 353.

Com a conquista da posse da área, reconhecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em agosto deste ano, os trabalhadores esperam compartilhar o uso dos 4.683 hectares de terra do maior latifúndio da Zona da Mata, e produzir alimentos saudáveis para a população da região.

A fazenda possui riquezas históricas e naturais, como uma caverna onde foram encontrados três corpos indígenas mumificados, uma vasta reserva de mata atlântica intocada e grandes estruturas para a produção de café, construídas no período do auge desse cultivo.

Segundo os Sem Terra, o passado histórico de exploração da mão-de-obra escrava na fazenda evidencia que só haverá justiça nestas terras se forem destinadas à Reforma Agrária.

A intenção do MST é desenvolver no local um processo de produção voltado à agroindustrialização de alimentos, aliado ao ecoturismo a partir de projetos produtivos e culturais, que garantam a utilização e a preservação do patrimônio histórico presente na área.

Esse sistema possibilitará a geração de renda e emprego às famílias assentadas, além do desenvolvimento dos municípios da região.

Agora, cabe apenas ao Incra a agilidade no processo de conclusão da desapropriação da área e a criação do assentamento. A previsão é que cerca de 150 famílias sejam assentadas na área, formando um dos maiores assentamentos do MST no estado.

E caso efetivado, os Sem Terra lembram que este será o único latifúndio desapropriado para fins de Reforma Agrária em Minas Gerais ao longo dos últimos cinco anos, devido à morosidade do governo federal na criação de assentamentos.