Por terra e água, MST paralisa obras do Canal do Sertão, em Alagoas




Por Rafael Soriano
Da Página do MST

Desde a manhã desta segunda-feira (14), cerca de 800 trabalhadores organizados no MST bloqueiam o acesso ao canteiro de obras do Canal do Sertão de Alagoas, no município de Inhapi (distante cerca de 270 km de Maceió).


A obra de Transposição do Rio São Francisco vem sendo questionada pelos trabalhadores que ainda não tiveram acesso sequer a uma gota d'água.


Por Rafael Soriano
Da Página do MST

Desde a manhã desta segunda-feira (14), cerca de 800 trabalhadores organizados no MST bloqueiam o acesso ao canteiro de obras do Canal do Sertão de Alagoas, no município de Inhapi (distante cerca de 270 km de Maceió).

A obra de Transposição do Rio São Francisco vem sendo questionada pelos trabalhadores que ainda não tiveram acesso sequer a uma gota d’água.

“Na propaganda do governo estadual está a informação de que a água já está sendo distribuída. No quilômetro 65 talvez esteja, mas num raio muito mais próximo, à beira do Canal, centenas de famílias ainda não tiveram acesso ao bem fundamental da vida”, afirma Débora Nunes, da coordenação nacional do MST.

Ela denuncia que o governador Teotônio Vilela (PMDB) prometeu iniciar as obras no mês de março deste ano, mas não foi capaz de honrar seu compromisso.

A mobilização faz parte de diversas outras lutas que estão ocorrendo em todo estado alagoano, e integra a Jornada Nacional de Lutas de Abril, em memória aos 21 trabalhadores assassinados em 1996, no que ficou conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás (ocorrido no Pará).

Lutas

Além do bloqueio do canteiro de obras do Canal do Sertão, os trabalhadores ocuparam nesta segunda-feira o Departamento de Estradas e Rodagens (DER-AL) e as prefeituras de Olho D’Água do Casado, Pão de Açúcar e Flexeiras.

Em Maceió, foi erguido um acampamento com cerca de 1000 Sem Terra, que participarão de atividades na capital. Às 11h de segunda-feira, uma comitiva foi recebida pelo Secretário Chefe da Casa Civil, Álvaro Machado, e reivindicaram a destinação das terras do antigo banco estadual Produban para fins de Reforma Agrária, além de pautas estruturais e o debate sobre o uso da água do Canal do Sertão.

Nas mobilizações locais e também no Incra, o MST entregou uma série de reivindicações estruturais para a vida nos assentamentos, como estradas, demarcações topográficas, regularização de assentados, entre outras.

No Alto Sertão, os trabalhadores prometem permanecer com a ocupação do Canal até o Governo Estadual sinalizar com uma resolução para a pauta do Movimento.

Em apoio às mobilizações, foi realizado na Universidade Federal de Alagoas, no Polo de Palmeira dos Índios, a 1ª Jornada Universitária pela Reforma Agrária.

 

O debate, ocorrido nesta segunda-feira, contou com a presença de professores universitários e lideranças dos movimentos Sem Terra e indígena da região, num debate que aprofundou o tema da luta pela terra em Alagoas.