Perdemos um grande lutador pela Reforma Agrária no Brasil: Plínio de Arruda Sampaio

Da Página do MST 


Sentimos profundamente a morte do grande companheiro Plínio de Arruda Sampaio, nesta última terça-feira (8/7). A trajetória política de Plínio se confunde à luta histórica dos trabalhadores rurais pela Reforma Agrária no Brasil no século 20.

Da Página do MST 

Sentimos profundamente a morte do grande companheiro Plínio de Arruda Sampaio, nesta última terça-feira (8/7). A trajetória política de Plínio se confunde à luta histórica dos trabalhadores rurais pela Reforma Agrária no Brasil no século 20.

Foram mais de 50 anos de militância política, guiada pelos ideais socialistase e pelos valores humanistas, na defesa da liberação da terra, na emancipação dos camponeses e de todos os trabalhadores brasileiros.

 

Desde jovem participou como relator do plano de Reforma Agrária de João Goulart (1962-1964). O então deputado federal Plínio apresentou uma das propostas mais avançadas para a democratização da terra. A partir daí, abraçou a bandeira da Reforma Agrária com amor e dedicação até o final da vida.

Durante a ditadura militar, amargou o exílio e colaborou com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) na construção de programas de Reforma Agrária para a América Latina e África.

Na metade da década de 70 retornou ao Brasil e participou das campanhas contra a ditadura e pela democracia. Nesse processo, a trajetória de Plínio na luta pela Reforma Agrária encontra a retomada da organização dos trabalhadores rurais em ocupações de terra, que deu origem ao nosso Movimento em 1984.

Plínio esteve ao nosso lado no processo de consolidação do nosso Movimento na década de 80 e no processo duro de criminalização, que vivemos sob os governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso.

Com a eleição de Lula, em 2002, coordenou a elaboração do 2º Plano Nacional de Reforma Agrária, que o governo nunca tirou do papel. Apoiou a luta dos povos do campo contra o agronegócio e o controle das terras e da agricultura brasileira pelo capital internacional. Denunciou a omissão dos governos diante desse processo, que criou obstáculos ainda maiores para a Reforma Agrária.

Plínio foi mais do que um apoiador da luta dos Sem Terra, mas um parceiro de todas as horas e, especialmente, um amigo nos momentos mais difíceis. Com sua militância na Igreja Católica e influência no meio jurídico, contribuiu na resistência do MST às ofensivas do latifúndio e do agronegócio.

A Coordenação Nacional do MST, assim como as famílias acampadas e assentadas organizadas no nosso Movimento, têm em Plínio de Arruda Sampaio um avô, que sempre esteve ao lado na luta pela Reforma Agrária, mas que acompanhou seus netos ao trilharem seus caminhos, sem abrir mão de dar suas contribuições.

Plínio é um grande exemplo de luta e de coerência, que estará conosco em cada ocupação de terra, em cada marcha e em cada sonho dos nossos militantes, na luta permanente para a realização da Reforma Agrária e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária que tanto sonhou e batalhou.

 

COORDENAÇÃO NACIONAL DO MST