Formadores discutem educação como ferramenta de transformação social

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Fotos: Coletivo de Comunicação do Extremo Sul


Reivindicar, formar, capacitar, empoderar e revolucionar são as palavras que estão motivando a construção de diversos encontros com Educadores e Educadoras do MST em toda a Bahia.

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Fotos: Coletivo de Comunicação do Extremo Sul

Reivindicar, formar, capacitar, empoderar e revolucionar são as palavras que estão motivando a construção de diversos encontros com Educadores e Educadoras do MST em toda a Bahia.

Desde o início deste segundo semestre, o MST por meio do Coletivo de Educação vem construindo espaços de estudo e capacitação que visam promover a formação continuada de educadores dos Assentamentos e Acampamentos do estado.

As regiões do Baixo Sul e Extremo Sul já realizaram seus encontros, e contaram com a participação de cerca de 500 educadores. Com datas agendadas, a região Norte, Nordeste e Chapada pretendem capacitar mais 450 educadores.

Pretende-se envolver mais de 1.300 pessoas nesse processo. A partir daí, a ideia central é fortalecer a prática educativa com um olhar sensível a realidade do campo e a organização dos movimentos sociais, em especial o MST.

Os encontros trabalham no cultivo da identidade política e pedagógica de uma escola pública do campo, trazendo em sua teoria e prática a realidade social vivenciada pelos movimentos populares.

Nesta dinâmica pedagógica de formação, os encontros pretendem ser realizados nas localidades e a nível regional, propiciando a troca de saberes e a garantia de um debate rico e diversificado.

Carlos Henrique, educador na região norte da Bahia, acredita que o encontro cumpre o papel de resgatar o processo de formação, melhorando as metodologias educativas e fomentando a organicidade dos movimentos sociais, a fim de fortalecer o processo de luta e a construção de uma sociedade melhor.

“Precisamos estudar a nossa mística, a história e a organicidade do MST, o nosso Plano Político Pedagógico (PPP), a ciranda infantil e, acima de tudo, analisar a conjuntura da educação na Bahia”, ressalta.

Já Eliane Oliveira, educadora no extremo sul, traz a tona uma reflexão sobre a pedagogia proposta pelo MST. “A nossa pedagogia tem sido um espaço de reflexão e modificação das nossas práticas, de forma que a realidade é o centro das nossas ações”.

Educação do Campo

Conceituando o processo de educação do campo, Josenilza Figueredo, da Direção Estadual do MST, visualiza esta prática pedagógica como uma educação voltada para o indivíduo que reside no campo e que tem suas especificidades.

Acredita, portanto, na construção de uma educação de qualidade voltada a formação política e ideológica do ser humano. Uma formação na qual os sujeitos envolvidos sejam capazes de compreender e intervir nos processos políticos, sociais e econômicos da sociedade na qual está inserida.

“Precisamos fortalecer os princípios educativos que visam estudar a partir do contexto real vivido pelos indivíduos, e que venham contribuir na prática com o seu cotidiano”, coloca.

Desafios

São muitos os desafios enfrentados cotidianamente pelos educadores na implementação deste modelo pedagógico popular. Eliane acredita que “o desafio maior é conceber e concretizar o desenho de uma escola que considere a formação integral dos estudantes, que coloque a ciência a serviço da vida deste sujeito”.

Além disso, o Coletivo Estadual de Educação visualiza o ensino como uma ferramenta que forme as pessoas criticamente. “O MST tem sido referência na construção de uma pedagogia que protagoniza o trabalhador rural diante de suas diversas demandas, e a Educação do Campo busca interagir com essa realidade na perspectiva de transformar a sociedade”.