Com método cubano, Sem Terra buscam erradicar analfabetismo

Cerca de 220 acampados, de seis localidades do extremo sul da Bahia, participaram do Projeto “Sim, eu Posso”.

Por Dionara Ribeiro
Da Página do MST

 
Cerca de 220 acampados de 20 turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) se reuniram, neste sábado (10), para dar início a uma caminhada rumo à alfabetização.
 
Os acampados, de seis localidades do extremo sul da Bahia, participaram da aula inaugural do Projeto “Sim, eu Posso”, quem traz o lema “Sim eu Posso ler e Escrever, Essa é uma conquista do MST”.
 
A aula foi realizada na Escola Popular Egídio Brunetto, no município de Teixeira de Freitas, contando com o apoio da coordenação pedagógica da escola, do setor nacional de educação do MST, além de 20 educadores e cinco coordenadores pedagógicos da Reforma Agrária.
 
Durante a aula foi possível perceber as distintas histórias de vida que se cruzam entre esses sujeitos, já que tiveram seus direitos primordiais negados, como o acesso a terra e a educação. 

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O analfabetismo
 
De acordo com o último senso levantado pela Escola Popular, a região do Extremo Sul da Bahia possui mais de 20 % da população adulta e idosa não alfabetizada nas áreas de Reforma Agrária. Este percentual soma-se ao vergonhoso dado brasileiro que aponta mais de 13 milhões de jovens e adultos excluídos da alfabetização.
 
Diante deste cenário de negação histórica, o MST, desde sua fundação, entende que para construir territórios dignos e igualitários, o analfabetismo é uma das primeiras barreiras a serem superadas. 
 
De acordo com a coordenação do projeto, “enfrenta-se muitas dificuldades de investimentos públicos com essa questão. Existem muitos programas ineficazes que não conseguem alterar o retrato do analfabetismo. Por isso em muitos espaços do Movimento contamos com a ajuda internacional de Cuba, que se solidariza com nosso país ao disponibilizar o método de alfabetização ‘Sim eu Posso’, que conseguiu erradicar o analfabetismo”.
 
Este método pedagógico está organizado em 65 tele-aulas mediados por educadores populares das próprias comunidades rurais, e pretende funcionar até o mês de abril, zerando o analfabetismo em sete acampamentos da região.