Residência Agrária forma 44 educandos em São Paulo

O curso forma sujeitos que constroem a luta pela Reforma Agrária Popular e que atuam no dia a dia nas escolas de assentamentos.

encerramento RA.JPG

Da Página do MST

Entre os dias 29 e 31 de janeiro de 2015, foi realizada a etapa final do curso de Residência Agrária em São Paulo. A turma Paulo Freire é a primeira turma a se formar dos 36 cursos de Residência Agrária em andamento no país.

O curso de especialização em “Desenvolvimento Territorial, Trabalho, Educação do Campo e Saberes Agroecológicos” foi resultado da luta dos movimentos sociais do campo. Através do Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária (PRONERA), o curso, em convênio com o Conselho Nacional do Desenvolvimento Cientifica (CNPq), foi viabilizado a partir da parceria entre o MST, Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF).
 

O principal objetivo do curso foi dar continuidade ao processo de educação e formação dos sujeitos que constroem a luta pela efetivação da Reforma Agrária Popular e que atuam no dia a dia nas escolas de assentamentos.

A turma Paulo Freire reuniu professores, militantes, assentados da região sudoeste paulista – Promissão e do Pontal do Paranapanema –  que, durante dois anos, tiveram aulas, seminários e vivências em coletividade, distribuídos entre o tempo escola e o tempo comunidade.

Entre os temas, foram abordados questões-chave como desenvolvimento territorial, educação do campo, identidade de classes e comunidades tradicionais, questão agrária, trabalho e gênero, além de seminários temáticos sobre a Campanha contra os Agrotóxicos e organização da juventude Sem Terra.
 

De acordo com a educanda Lourdes Sánchez, “o curso foi importante porque rompe com o latifúndio do conhecimento e do acesso à Universidade, além de qualificar nossa prática na disputa de projetos de sociedade. O curso é mais uma conquista da luta do MST, em parceria com professores comprometidos com os movimentos sociais”.
 

A conferência de encerramento do curso foi proferida pelo professor Ricardo Pires, da UNESP, e Cristina Vargas, do Setor de Educação do MST. Ambos falaram sobre a especificidade do PRONERA enquanto instrumento da construção histórica da luta dos trabalhadores, além da necessidade da luta pelo acesso e permanência dos trabalhadores na busca pelo conhecimento enquanto ferramenta no enfrentamento da luta de classes na atualidade.

Também foi ressaltando a importância do fortalecimento e continuidade das parcerias com as universidades, de maneira a incentivar ainda mais a participação dos sujeitos que atuam nas áreas de Reforma Agrária.