MST realiza ato político no latifúndio do senador Eunício Oliveira

Celebração Ecumênica será realizada por representante da CNBB e terá a presença de João Pedro Stedile.

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Da Página do MST
 

Neste sábado (21/2), às 10 horas, as mais de três mil famílias do acampamento Dom Tomás Balduíno farão um grande ato político em defesa da Reforma Agrária e da desapropriação da Agropecuária Santa Mônica, em Corumbá (GO), onde a ocupação está localizada.
 

Participarão do ato o integrante da direção nacional do MST, João Pedro Stedile e o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, dom Guilherme Werlang.
 

Uma celebração ecumênica será realizada no local. As famílias também festejarão a colheita do milho e distribuirão cerca de 15 mil pamonhas, fruto da produção do acampamento. Em seguida, os artistas Pedro Munhoz, Pereira da Viola, Zé Mulato e Cassiano farão apresentações de música e viola caipira.
 

Entenda o caso
 

A ocupação na Agropecuária Santa Mônica teve início em outubro de 2014. Desde então, as famílias resistem às ameaças de despejo no local de mais de 20 mil hectares de propriedade do senador e ex-ministro das comunicações, Eunício de Oliveira.
 

A área é considerada improdutiva. Além disso, a terra é fruto de transações não esclarecidas pelo senador da República. “Até hoje é pendente de explicações a forma de como ele conseguiu acabar com as pequenas propriedades que existiam e formar esse imenso latifúndio”, afirma o integrante da coordenação do MST em Goiás, José Valdir Misnerovicz.
 

De acordo com nota emitida pelo MST de Goiás, “é de se salientar a enorme pressão política constante no caso, que proporcionou abusivas decisões judiciais emanadas pelo juízo local de Corumbá, deferindo por mais de uma ocasião a liminar possessória sem qualquer intento de mediação do grave conflito coletivo lá instaurado, obstaculizando até mesmo a entrada de alimento para as famílias”.
 

Para o MST, a única alternativa é a destinação da área para a Reforma Agrária e qualquer despejo forçado poderá ter graves consequências. “Apresentamos como exigência a desapropriação de todo o complexo e o assentamento das famílias. Essa ocupação é a oportunidade da presidenta Dilma concretizar o que tem defendido como Reforma Agrária: assentar famílias em terras de boa qualidade, próximas dos centros urbanos, para produzir alimento para a população”, completou.