No ES, mulheres do campo trancam BR e ocupam latifúndio

Cerca de 1000 mulheres marcham pelas ruas da cidade Colatina e outras 300 ocupam a fazenda Nossa Senhora da Conceição, em Linhares.

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Da Página do MST

Em consonância com a Jornada Unitária de Lutas do MST, 1.000 mulheres da Via Campesina foras às ruas na manhã desta segunda (9), na cidade Colatina, no Espírito Santo, para denunciar o avanço do agronegócio no estado.

As mulheres também pediram o fim da proposta de contra reforma previdenciária, que tende a acabar com alguns benefícios conquistados historicamente pelos trabalhadores.

Para a coordenadora estadual do MST, Eliandra Rosa Fernandes, o atual modelo de agricultura do sistema capitalista é precursor de toda forma de violência reproduzida na sociedade.

“O agronegócio, os transgênicos, os agrotóxicos, os monocultivos e a padronização dos alimentos, assim como as normas de vigilância sanitária que inviabilizam e nos proíbem de comercializar a pequena produção artesanal desvalorizando assim, a agricultura camponesa. Podemos afirmar que o Projeto de Agricultura Camponesa, Agroecológico consiste na construção de um modo de vida, na qual a experiência e o trabalho das mulheres se fazem presentes diariamente construindo novas relações que promovam a transformação da sociedade”, diz.

Eliandra também ressalta a importância do Dia internacional da Mulher para o calendário de lutas do país.

“Queremos lembrar que o oito de março não é só um dia de ganhar flores ou presentes. Este é um dia em que as mulheres vão à luta por sua libertação, entendendo que as mulheres precisam se sentir sujeitas da própria história, se valorizando enquanto mulher, enquanto ser pensante, capaz de trilhar coletivamente os caminhos da transformação”, acredita.

Ocupação

Também na manhã desta segunda cerca de 300 Sem Terra ocuparam a fazenda Nossa Senhora da Conceição, no município de Linhares, no norte do estado.

Segundo Rodrigo Gonçalves, da coordenação estadual do MST, as famílias não pretendem sair do local até que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) se posicione sobre as 25 áreas da improdutivas da região.

“A ocupação foi feita de maneira tranquila, agora as famílias estão se organizando para atender as demandas do cotidiano. O nosso objetivo é pressionar o Incra e o governo federal no processo de destinação de áreas improdutivas da região para a Reforma Agrária”.
 

Uma audiência entre os Sem Terra e representantes do Incra está marcada para o próximo dia 11.