Sem Terra seguem em luta com dezenas de mobilizações em todo o país

Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Sergipe são alguns dos estados mobilizados.

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Da Página do MST

As mobilizações dos trabalhadores rurais Sem Terra continuam acontecendo em todo o país durante esta quarta-feira (11).

Na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, 200 Sem Terra ocuparam no início da tarde uma usina na região de Serrana. Segundo Kelli Mafort, da coordenação nacional do MST, os proprietários da usina sonegaram cerca de R$ 300 milhões sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os Sem Terra seguiram em marcha pelas ruas da cidade até a procuradoria do estado, onde tiveram uma reunião para reivindicar as pautas relacionadas à Reforma Agrária.

No município de Itapeva (SP), cerca de 100 trabalhadores rurais trancaram a rodovia Francisco Alves Negrão. Os Sem Terra reivindicaram a assistência técnica para as 500 famílias assentadas da região, além da desburocratização na liberação e garantia de acesso a créditos para os recém assentados.
 

No Distrito Federal, aproximadamente 100 famílias ocuparam a Fazenda Adeluca. A área improdutiva é de propriedade da Terracap, e o Movimento reivindica sua desapropriação para fins de Reforma Agrária.

Em Natal (RN), cerca de 400 Sem Terra ocuparam uma agência da Caixa Econômica Federal na manha desta quarta.

No momento um grupo formado por mulheres do Movimento estão em reunião com o superintendente da Caixa. Entre as pautas discutidas estão o financiamento rural e o incentivo à agroindústria.

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Em Santa Catarina cerca de mil Sem Terra se mobilizaram no trevo da BR 166 com a BR 470, no município de São Cristóvão do Sul. Já na região de São Miguel do Oeste e Chapecó mobilizações reuniram mais de 2 mil Sem Terra. O objetivo das ações inseridas na Jornada Unitária de Lutas do Movimento é tornar visível a luta dos camponeses, responsáveis pela produção de 70% dos alimentos que chegam na mesa dos brasileiros.

Em Pernambuco, cerca de 2 mil Sem Terra trancaram oito rodovias em todo o estado. Fecharam a BR 104 que liga Agrestina a Cupira, BR101 no norte do Estado e a BR 428, além de realizarem atos e interdições nas regiões de Pedrolândia, Paud&”39;Alho, Moreno,  Belo Jardim, que liga Petrolina a Juazeiro.

No final da tarde os manifestantes seguem para uma reunião com o governador do estado. Na ocasião serão tratadas pautas relacionadas ao fortalecimento da agroindústria no estado, bem como o desenvolvimento dos assentamentos e o investimento em infraestrutura. Os Sem Terra também reivindicam contra o fechamento de escolas do campo na região.

Na Paraíba, as mulheres do MST trancaram outras cinco rodovias em diferentes regiões do estado.

As estradas trancadas foram    a PB 364, que liga Patos ao Vale do Piancó; a BR 104, que liga Caruaru, município de Queimadas; a BR 104, que liga Remígio a Barra de Santa Rosa;    a BR 101, sentido João Pessoa a Recife; e a BR 230, sentido Campina Grande ao Sertão.
 

As camponesas reclamam que já se passaram três meses de governo, sem que haja alguma posição sobre o recurso a ser destinado para solucionar os problemas das 130 mil famílias acampadas em todo o Brasil, algumas há 10 anos à beira das rodovias e debaixo do barraco de lona preta.

De acordo com as Sem Terra, cansamos de promessas e das boas intenções do governo, elas não aceitarão “mais o discurso de qualificar os assentamentos em vez da desapropriação de terras para as 130 mil famílias acampadas no Brasil”, disseram em nota.

Desde o dia 9/03, as mulheres ocupam uma área arrendada da Usina Giasa, a Caixa Econômica Federal e a superintendência do Incra.
 

“A nossa pauta central é que o governo destine recurso para desapropriação de terras, para assentar as famílias acampadas; recurso para o Crédito Fomento Mulher; agilidade na execução dos programas de infraestruturas nos assentamentos, em particular o Programa Minha Casa Minha Vida, e que priorize no seu governo a agricultura camponesa”, ressaltaram.

Segundo elas, que continuam com o Incra ocupado, caso não obtenham reposta positiva radicalizarão as ações.

Em Sergipe, os camponeses trancaram outras seis BRs e rodovias estaduais.

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