Milhares de trabalhadores e trabalhadoras ocupam as ruas de Campo Grande

A mobilização era em defesa da Petrobras, pela Constituinte do Sistema Político e contra a retirada dos direitos trabalhistas.

 

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Por Karina Villas Boas
Da Página do MST

Caravanas de acampamentos e assentamentos do MST em Mato Grosso do Sul (MS) de todo o Estado, ocuparam as ruas da capital, Campo Grande, na manhã desta sexta-feira (13), em defesa da democracia, da Petrobras e pelas Reformas Agrária e Política. O ato se somou a mobilização organizada pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais de todo o Brasil. A concentração foi na histórica praça que abriga a luta dos movimentos há anos, a Praça do Rádio e reuniu mais de 10 mil manifestantes.

 

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Segundo a dirigente estadual do MST, Marina Ricardo Nunes, em Mato Grosso do Sul a unidade do campo e da cidade se fortalecem a cada luta juntos. “Unidos somos mais fortes e capazes de tocar a revolução que esse país tanto necessita. O MST sempre terá lado em suas lutas e sempre será o dos trabalhadores e trabalhadoras que sonham com um Brasil das reformas: agrária, política, urbana e tributária. Um país desenvolvido, com justiça social e soberania alimentar. Ocupamos, resistimos, produzimos e lutamos sempre”, conclui.

De acordo com Dinho Lopes, também da direção nacional do movimento, a presença do MST de MS no dia de hoje é uma deliberação nacional que reforça a luta pela Reforma Agrária Popular. “Estamos aqui hoje em defesa do acreditamos ser emergencial para um Brasil mais justo e igual, a Reforma Agrária Popular e também contra um golpe que a direita quer dar em nossa Constituição, como deu em 64. Todas as vezes que a democracia for ameaçada tomaremos as ruas”, disse.

De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul (CUT/MS), Genilson Duarte, a participação da classe trabalhadora do campo engrandece o ato e torna unitária a luta por direitos.  “O MST é um movimento que merece nossa reverência, nossa consideração e que sempre atente ao chamado para vir pra rua em defesa da classe trabalhadora. Com a presença marcante e organizada desses companheiros e companheiras conseguimos por nas ruas deste Estado conservador e latifundiário a Reforma Agrária que sonhamos e que vamos lutar até o fim para construir.”, afirma.

 

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Entenda os pontos de defesa do ATO:

– Da Petrobras: Para o movimento que foi às ruas neste dia 13 defender a Petrobras é defender a empresa que mais investe no Brasil – mais de R$ 300 milhões por dia – e que representa 13% do PIB Nacional. É defender mais e melhores empregos e avanços tecnológicos. É defender uma Nação mais justa e igualitária. Eles não admitem que a Petrobras continue sendo desmoralizada por setores da sociedade que sempre tentaram enfraquecê-la e seguem fazendo de tudo para apropriarem de uma de nossas maiores riquezas e entregá-la para o capital estrangeiro. Não aceitam que este patrimônio do povo continue sendo alvo de uma campanha de criminalização de setores da mídia que atendem aos interesses da burguesia brasileira que estão tentando transformar o ano de 2015 em um terceiro turno 
eleitoral presidencial.
                                                                                                                                                                  

– Da Democracia: São contrários a qualquer tentativa de desestabilização das instituições democráticas e reafirmam o estado de direito, a democracia e a vontade soberana do povo brasileiro advinda das urnas nas eleições de outubro de 2014. A crise não pode sacrificar a opção da maioria do povo brasileiro pela via democrática.  Afirmam que todas as denúncias devem continuar sendo investigas rigorosamente pela justiça brasileira. Exigem que todos os denunciados comprovados os crimes, sejam presos. Tanto os corruptores, como os corruptos. A bandeira contra a corrupção é dos movimentos social e sindical, pois estes nunca tiveram medo da verdade.

– Das Reformas: Frente a este cenário, entende-se que a crise se combate com o crescimento econômico, com a inclusão social, com a diminuição das desigualdades, com o fortalecimento dos movimentos sociais e a ampliação das políticas públicas e dos direitos dos trabalhadores (as). Por isso, defendemos: aumento real do salário mínimo, reforma política, reforma agrária, reforma tributária e fiscal, taxação das grandes fortunas, correção da tabela do imposto de renda, demarcação das terras indígenas, democratização dos meios de comunicação, mais recursos para a saúde e educação, defesa da Petrobras, contra a retirada de direitos, contra toda e qualquer forma de privatização de empresas públicas, combate à corrupção, investigação e punição dos corruptos e corruptores, como explicitado acima. Exigem as garantias constitucionais e as reformas necessárias para que o país continue a mudança no rumo da superação das desigualdades sociais, políticas e econômicas. As elites brasileiras precisam respeitar a vontade e a decisão do povo.

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