Frente pela Educação no Campo é lançada na Câmara Federal

Composta por 249 parlamentares, a frente priorizará a construção espaços de debate e diálogo sobre os compromissos do Estado com as necessidades educacionais do campo.
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Foto: Alex Ferreira

Por Mayrá Lima
Da Página do MST

Deputados federais e movimentos sociais do campo lançaram, nesta quinta, a Frente Parlamentar Mista pela Educação no Campo na Câmara Federal, em Brasília. Composta por 249 parlamentares, a frente é uma reedição da articulação iniciada no ano passado e priorizará a construção espaços de debate e diálogo sobre os compromissos do Estado com as necessidades educacionais do campo.

“É imprescindível a continuidade do trabalho parlamentar com vistas ao desenvolvimento e fortalecimento das políticas públicas, de caráter inovador e permanente, que viabilize efetivarmos e ampliarmos ações governamentais voltadas para as comunidades rurais, para potencializar a continuidade da Educação no Campo”, disse o deputado federal Padre João (PT-MG), presidente da frente.

O cenário, no entanto, exige atenção por parte dos legisladores. Nos últimos anos, foram fechadas mais de 37 mil escolas no campo em todo o Brasil. Em 2000 existiam 3.062 escolas no campo no estado, segundos os últimos dados divulgados pela Secretaria de Educação, já em 2009 esse número caiu para 1.715.

De acordo com Erivan Hilário, integrante do setor de educação do MST, esse quadro da Educação no Campo se deve à opção ao agronegócio como modelo de desenvolvimento do campo. “Se a situação que nós estamos vivendo hoje não está isolada desta opção. Isso tem consequência, por que o agronegócio pensa o campo sem gente, pensa um campo sem cultura e, portanto, pensa um campo sem educação e sem escola”, explicou.

Para Hilário, na medida em que se fecham escolas no campo, nega-se a humanidade das pessoas que perdem o seu direito à educação. “Boa parte das crianças que tiveram suas escolas fechadas desistiram de ir à escola. Nesse sentido, a frente parlamentar tem um papel fundamental que não só no âmbito de rever a legislação, mas também ser um espaço de denúncia da situação da educação do campo”, completou. 

Além dos parlamentares, participaram do lançamento da frente representantes do Governo Federal e da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag).