“A política econômica atual não resultará na retomada do crescimento”, diz Marcio Pochmann

Encontro do Grupo Brasil debateu quais os caminhos do país para recuperar o crescimento econômico.

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Por Bruno Pavan
Do Brasil de Fato

Aumento de juros e cortes no orçamento. Esse pode ser um resumo da política adotada pela equipe econômica do governo Dilma Rousseff, conduzida pelo ministro Joaquim Levy, da Fazenda. As medidas, até agora, não têm se justificado: a taxa de desemprego e da inflação está em alta.

O Grupo Brasil, que reúne organizações progressistas e movimentos populares, organizou um debate, na última segunda-feira (10), sobre os rumos da economia e ouviu o presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, a professora da USP Leda Paulani o professor da UFRJ, João Sicsú, e o economista Luiz Gonzaga Belluzo sobre o assunto. 

Em conversa com o  Brasil de Fato, Pochmann explicou que foi consenso entre os economistas de que “o programa implementado atualmente não resultará na retomada do crescimento econômico” e que hoje “o Brasil está em uma crise pior do que há seis meses”. 

Reversão da política de juros altos 

No evento foram debatidas as saídas de curto e longo prazo para a recuperação da economia brasileira. Pochmann explica que a primeira medida seria reverter a política de juros alto de recuperar a capacidade ociosa do país. 

“Por esse caminho é que conseguiríamos reconduzir o investimento do setor produtivo. Assim como os trabalhadores acompanham a sua renda pra saber se vai gastar mais ou menos, os empresários fazem a mesma coisa: eles olham o faturamento para saber se ele estimulará ou o investimento na sua capacidade produtiva”, apontou.

Ele acredita que o alto custo do dinheiro, que acontece com os aumento sucessivos da taxa de juros, reduz o faturamento e o interesse dos empresários investirem na produção. “É necessário adotar uma política bastante ativa para resgatar a expectativa dos empresários. O que estamos vendo é que a política de redução de gastos tem provocado um problema fiscal e os empresários veem redução no seu faturamento”, finaliza.