Sem Terra ocupam mais uma fazenda em Mato Grosso

Mato Grosso é um dos estados com maior índice de concentração fundiária, acarretando diversos problemas econômicos, sociais e ambientais, o que o torna também um estado com forte luta pela terra.

Da Página do MST

Cerca de 150 famílias ocuparam na manhã desta segunda-feira (24) a Fazenda Vila Rica, no município de Rondonópolis (MT), a 200 km de Cuiabá. Além de ser improdutiva, a área está sob investigação por suspeita de grilagem. 

Segundo Idalice Rodrigues Nunes, da direção estadual do MST, os Sem Terra foram ameaçados pelo dono da fazenda, que chegou acompanhado pela Polícia por volta das 6h no local.  

“O proprietário do terreno fez ameaças diretas a todos nós. Os policiais tentaram contê-lo, mas, ainda assim, as ameaças persistiram. Ele se recusou a dizer seu nome, nossa intenção era realizar um boletim de ocorrência para registrar o fato. De todo modo, já entramos em contato com a Secretária de Direitos Humanos do estado para nos resguardar e, neste momento, estamos colhendo mais informações sobre o autor das ameaças”, contou.  

A direção estadual do MST ressalta que a ocupação reflete a alta concentração fundiária, a riqueza do Estado e o avanço do desemprego sobre os trabalhadores, e com isso “a luta se torna necessária para que essas famílias tenham acesso à terra para produzir seu sustento”, diz em nota.

Conforme as lideranças do Movimento que participaram da ação, os trabalhadores se põem em luta por terra, trabalho e dignidade. 

“A luta pela terra sempre fez parte da história do povo brasileiro desde a ocupação do Brasil, quando os nobres portugueses desconsideraram completamente os povos indígenas que habitavam esse imenso continente”.

Mato Grosso é um dos estados com maior índice de concentração fundiária, acarretando diversos problemas econômicos, sociais e ambientais, o que o torna também um estado com forte luta pela terra.

Os Sem Terra ressaltam que a luta pela Reforma Agrária, em defesa do meio ambiente e da vida, é justa e necessária, e portanto continuarão se mobilizando em todo estado e no Brasil.

A ocupação contou com o apoio de lideranças de várias entidades sindicais e de outros movimentos.