Sem Terra debatem os desafios da luta pela democratização da terra na Bahia

As provocações foram firmadas durante encontro da Brigada Dandara no baixo sul da estado que propôs analisar o atual cenário político e agrário do país.

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Durante os dias 21 e 22 de novembro, cerca de 200 trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra se comprometeram a “produzir sem agrotóxicos para garantir a soberania alimentar, proteger a fauna e a flora e construir a Reforma Agrária Popular.” 

O compromisso foi firmado no Encontro da Brigada Dandara, em Gandu, baixo sul da Bahia, que propôs analisar o atual cenário político e construir lutas em defesa da democratização da terra e da Reforma Agrária.

Além disso, Antônio Marcos, da direção estadual do MST, diz que “o encontro foi mais um espaço de avaliação e construção coletiva das lutas contra latifúndio na região.”

Mística, animação, noite cultural, rodas de conversa, estudo. Todas essas atividades nortearam os dois dias de encontro que discutiu, a educação, saúde, as questões raciais e a conjuntura política, como ferramentas de empoderamento e acumulo ideológico à classe trabalhadora.

De acordo com Elaine Fritz, também da direção estadual, a formação e a construção coletiva são ferramentas que fortalecem a organicidade do Movimento. 

“O estudo e o trabalho caminham juntos. Quando nos organizamos em torno da bandeira vermelha, estamos mostrando que é possível construir dias melhores para todos os trabalhadores”, enfatizou Fritz.

Já Lucinéia Durães, do MST, acredita que o estudo permanente da correlação de força que existe entre as classes precisa ser executado cotidianamente “sobretudo para fortalecer a nossa identidade quanto camponês”, destacou. 

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Brigada Dandara

A brigada possui cinco assentamentos com 242 famílias e cinco acampamentos com 230 famílias. 

Nestas comunidades, alimentos livres de agrotóxicos são fornecidos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e às feiras realizadas semanalmente nos municípios da região. 

Nesse sentido, para se ampliar o processo Lucinéia pontua a necessidade de avançar no número de famílias assentadas e acampadas na região como um desafio coletivo do Movimento. 

“Nossa tarefa é conquistar mais gente para defender a nossa luta. Temos o desafio de entrar na casa das pessoas e levar a Reforma Agrária como uma medida que garante desenvolvimento político e social a toda população”, destacou.

Mulheres Latino-Americanas

Durante a noite do primeiro dia do encontro, um dos espaços mais marcantes para os Sem Terra foi a homenagem realizada pelas mulheres a luta de diversas trabalhadoras históricas. 

Olga Benário, Dandara, Rosa Luxemburgo e Frida Kahlo são alguns exemplos dessas mulheres cuja a história inspirou a construção deste espaço para reflexão e projeção.

Segundo Elaine, “defender os direitos da classe trabalhadora e levantar a bandeira contra o patriarcado sempre foi o objetivo dessas mulheres que moveu muitas outras a construir lutas por toda América-latina”.

“Nossa brigada leva o nome de uma mulher. Nada mais justo, do que homenagear aquelas que a partir do seu legado nos motiva a permanecer em marcha”, explicou.