Formação e a luta são desafios apontados pelos LGBT Sem Terra

O debate ocorreu na 1º Roda de Conversa realizada durante o 28º Encontro Estadual do MST na Bahia.

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

“Estamos no caminho certo”, afirmou Elizabeth Rocha, da direção nacional do MST, durante a 1º Roda de Conversa com os LGBT Sem Terra, realizada na noite desta segunda-feira (11/01), durante o 28º Encontro Estadual do MST na Bahia, em Salvador.

Mais de 100 pessoas, entre elas, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, participaram do espaço que propôs discutir a Reforma Agrária e as relações de gênero como plataformas de luta contra a LGBTfobia.

Canções, performances e poesias foram algumas das atividades realizadas durante o espaço que propôs denunciar a LGBTfobia e construir novas relações de gênero dentro do MST, assim como, pensar na prática ações que precisam ser desenvolvidas para organizar e formar politicamente a militância do Movimento.

De acordo com a direção estadual do MST, o movimento sente a necessidade de avançar politicamente nos debates que envolvam as relações gênero para além da participação das mulheres.

“Precisamos aprofundar o processo de formação política e compreender a diversidade sexual que existe dentro da classe trabalhadora”, explicou a direção.

Petra Peron, transformista e militante do movimento LGBT, acredita que a arte é um dos grandes instrumentos para formar e combater as opressões.

Ela aponta a história de luta do Movimento como inspiração capaz de impulsionar as lutas e forjar novas gerações.

Para Elizabeth, a Reforma Agrária Popular vem para aglutinar diversas forças que possuem o mesmo objetivo e que defendem os interesses da classe trabalhadora.

“O termo popular é uma tática e caminho para agregar diversos elementos, inclusive a luta contra a LGBTfobia”, afirmou.

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Preconceito

“Estamos à mercê do preconceito em qualquer lugar”, destacou Romácio Duarte, gay e filho de assentado.

Já Tiago Hungria, do Assentamento Paulo Jackson, no baixo sul da Bahia, disse que é preciso construir mais rodas de conversa, seminários e assembleias, apontando a necessidade de avançar no debate.

Desafios

Alguns desafios foram colocados pelos LGBTs durante a roda de conversa.

O primeiro deles é o fortalecimento e a inclusão da diversidade sexual e de gênero como base política dos espaços de formação do MST. Em seguida, apontaram a necessidade de ampliar as relações com outros movimentos sociais que pautam a luta contra LGBTfobia na Bahia.

Outro fator discutido foi a intersetorização do debate dentro do Movimento, pautando a ampliação da discussão às diversas frentes de atuação na luta pela Reforma Agrária Popular.