Na Bahia, Sem Terra ocupam prefeitura em defesa do Rio Utinga

Os trabalhadores denunciaram as contradições do agronegócio e pautaram a necessidade de os órgãos competentes realizarem a revitalização do rio que banha a zona rural e urbana do município.

12751948_988311551261649_635676463_o.jpg

 

Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

 

Na manhã dessa quarta-feira (17), cerca de 200 trabalhadores Sem Terra ocuparam a Prefeitura Municipal de Wagner, na Chapada Diamantina, apresentando uma pauta de reivindicação e rememorando os 21 anos de luta do MST na região.

 

A ocupação aconteceu após uma marcha realizada da entrada da cidade até o centro. No percurso os trabalhadores denunciaram as contradições do agronegócio e pautaram a necessidade de os órgãos competentes realizarem a revitalização do Rio Utinga, que banha a zona rural e urbana do município.

Na pauta de reivindicação é solicitada a realização de um diagnóstico sócio econômico e ambiental do Rio Utinga, assim como, a revitalização da bacia e sub bacia. 

Também foi pautado a regularização do fornecimento de energia nos assentamentos, a construção de barragens e melhorias na estrutura das escolas do campo localizadas nas áreas. 

De acordo com Wilson Pianissola, da direção estadual do MST, nestes 21 anos de luta do Movimento na região a marcha e a luta em defesa da Reforma Agrária sempre apontaram o caminho da emancipação dos sujeitos. “Mais uma vez queremos afirmar nosso compromisso de lutar por uma sociedade mais justa e fraterna, por isso é que nossa pauta de reivindicação diálogo com o todo da sociedade”, explicou. 

12698863_988312304594907_289409044_o.jpg

 

Rio Utinga

Em Wagner, os camponeses produzem diversas culturas, com destaque à produção de banana através dos sistemas de irrigação. 

Segundo os Sem Terra, o governo deu uma ordem de suspenção da irrigação, atingindo diretamente as famílias camponesas, que denunciam ainda, os grandes produtores da localidade, “pois estão represando a água do Rio e evitando que chegue nas comunidades rurais”.

Cerca de 40 mil habitantes, no território da cidadania Piomonte Paraguaçu e Chapada Diamantina, utilizam a água do Rio para o consumo doméstico e produção de alimentos. A direção do MST na região, diz que as águas do Rio garantem a segurança alimentar e nutricional das famílias, compreendendo que o excedente daquilo que é produzido serve para abastecer várias feiras livres da região.

Negociação

Após ocupação no prédio da Prefeitura, foi agendada uma reunião com o prefeito do município para esta sexta-feira (19/02) e outra, com o prefeito de Utinga na quinta-feira (18/02).Em seguida, será realizada na próxima quinta (25/02) uma reunião com um representante da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), em Wagner.