Na Bahia, mais de 8 mil trabalhadoras se mobilizam contra o agronegócio e em defesa da democracia

Nas ações, as trabalhadoras denunciaram o capital estrangeiro na agricultura brasileira e chamaram a atenção da sociedade ao modelo de produção do agronegócio e seus impactos ao meio ambiente.

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulheres, mais de 8 mil trabalhadoras do campo e da cidade ocuparam latifúndios, fecharam BRs e realizaram diversas mobilizações nas ruas das principais cidades da Bahia.

Nas ações, as trabalhadoras denunciaram o capital estrangeiro na agricultura brasileira por meio das empresas transnacionais, e chamaram a atenção da sociedade ao modelo de produção do agronegócio e seus impactos ao meio ambiente.

Foi pautado como alternativa de contraposição ao modelo do agronegócio, um projeto popular na agricultura baseada na agroecologia, a luta em defesa da nossa soberania alimentar e a Reforma Agrária Popular.

De acordo com Jeane Nubia, da direção estadual do MST, estamos vivendo um período de grandes avanços das pautas conservadoras e uma eminente tentativa de golpe a democracia brasileira e aos direitos das mulheres.

“Precisamos nos mobilizar. Fazer luta e defender as conquistas históricas da classe trabalhadora”, destacou Nubia.
 

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Extremo Sul

Dando o ponta pé inicial a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, 1.300 trabalhadoras ocuparam, neste último sábado (5), a fazenda Pingueira, do Grupo União Industrial Açucareira (UNIAL), no município de Lajedão. Na área existe um monocultivo de cana-de-açúcar que estava interrompido por diversas denúncias de trabalho escravo.

Além disso, as trabalhadoras marcharam, em Lajedão, realizando diversas intervenções políticas em defesa da vida e contra os agrotóxicos.

Na Câmara Municipal de Medeiros Neto, nesta segunda-feira (7), cerca de 80 Mulheres realizaram uma intervenção, denunciando o uso de agrotóxicos e o aumento dos índices de enfermidades, causados pela contaminação nas plantações do agronegócio.

Na ocasião, as mulheres repudiaram as práticas de violação aos Direitos Humanos e a destruição do Meio Ambiente na região pelas empresas da cana-de-açúcar e do eucalipto.

Já na terça-feira (8), a BR 101 foi fechada na altura do km 835, por mais de 400 Sem Terra reivindicando a democratização da terra e dizendo “não ao golpe e sim a democracia”.

Baixo Sul

Em solidariedade a centenas de trabalhadores e trabalhadoras que perderam o seu emprego na companhia Mirabela Mineração do Brasil, na manhã deste último sábado (5), cerca de 480 trabalhadoras ocuparam a sede da mineradora, localizada no município de Itagibá.

Para Lucinéia Durães, também da direção estadual do MST, a empresa mostra que não tem nenhum compromisso com a região, pois quando cai o preço do seu minério, eles simplesmente demitem os trabalhadores.

Em Ipiaú, cerca de 400 mulheres do campo e da cidade marcharam pelos principais pontos da cidade denunciando o agronegócio e as transnacionais da mineração, “que empreendem um projeto de morte para população brasileira”, afirmam as trabalhadoras.

Recôncavo

O recôncavo é uma das regiões mais centrais da Bahia e foi nesse sentido que mais de 4.350 trabalhadoras do campo e da cidade ocuparam as ruas de Feira de Santana e Salvador, neste 08 de março, em uma grande marcha, defendendo os direitos das mulheres, a democracia, o trabalho e a previdência social.

“A nossa luta é contra o agronegócio e por alimentação saudável na mesa de todos os trabalhadores”, enfatizou Leonice Rocha, do MST.

Com mística, gritos de ordem, intervenções artísticas e falas políticas, apontando a unidade na luta de classes e defendendo a democracia, as mulheres chamaram a atenção da sociedade e convocaram a população a também ocupar as ruas.
 

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Nordeste

No nordeste baiano, mais de 150 Sem Terra ocuparam na noite do último domingo (6) uma área de 600 hectares, da Unidade Agroindustrial de Transformação de Vagens de Algaroba (UATVA), da Fazenda Reunidas Rio de Contas LTDA (Riocon).

Localizada no município de Abaré, a unidade é destinada exclusivamente ao beneficiamento das Vagens da Algaroba, obtidas a partir do plantio nas regiões produtoras adjacentes, porém estão com as atividades paradas a meses.

Chapada Diamantina

Na manhã também desse último domingo (6), mais 200 Mulheres Sem Terra ocuparam uma das áreas da Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa), na cidade de Planaltino.

Na ocupação, as trabalhadoras denunciaram o “falso modelo de produção sustentável” da empresa através do monocultivo de eucalipto e apontaram ainda, que a companhia comprou diversas propriedades na região, porém as terras estão sem produção.

Sul

Já em Itabuna, sul do estado, mais de 250 mulheres reunidas saíram em marcha denunciando a violência e pautando a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todas.

Ao som de tambores e enfatizando que “Sem feminismo, não há Socialismo”, as trabalhadoras dialogaram com a sociedade sobre o avanço do agronegócio no campo brasileiro, denunciaram a violência contra a mulher e defenderam a democracia.
 

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Sudoeste

Cerca 150 mulheres caminharam do Ginásio de Esportes Raul Ferraz até a Câmara Municipal de Vereadores, em Vitória da Conquista, para entregar uma carta endereçada ao presidente da Câmara, Gilzete Moreira (PSB).

Dentre as reivindicações estão alguns pontos como, a luta contra os agrotóxicos que atingem diretamente à saúde da população e o funcionamento da Delegacia da Mulher, para que possa oferecer uma melhor assistência às mulheres.

Norte

Cerca de 1.500 Mulheres saíram em marcha da Praça do Vaporzinho, na Orla Nova de Juazeiro (BA), pelo centro da cidade denunciando o modelo de produção do agronegócio, defendendo a democracia e pautando a Reforma Agrária.

 

Enquanto que na noite desta terça-feira (8), a fazenda São Judas Tadeu, de 700 hectares, localizada no município de Casa Nova, foi ocupada com mais de 150 Mulheres Sem Terra que apontam a improdutividade da área.
 

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