Sem Terra realizam vigília em fóruns da Bahia

As ações aconteceram em memória e repúdio ao assassinato do militante Fábio Santos, que completou, no dia 2 de abril, três anos de impunidade.

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Com velas, faixas, bandeiras, gritos de ordem e canções, milhares de trabalhadores Sem Terra realizaram na noite deste domingo (3) diversas vigílias em memória e repúdio ao assassinato do militante Fábio Santos, que completou, no dia 2 de abril, três anos de impunidade. 

As vigílias aconteceram em frente aos Fóruns dos municípios de Eunápolis, Teixeira de Freitas, Bom Jesus da Lapa, Juazeiro, Iramaia, Maracás, Barreiras e Feira de Santana. 

Em Iguaí, onde Fábio foi morto, a vigília aconteceu na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no centro da cidade, e centenas de trabalhadores realizaram diversas intervenções e místicas denunciando o agronegócio e repudiando a violência no campo.

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Fábio Santos vive

No dia 2 de abril de 2013, Fábio foi morto, com 15 tiros, na frente de familiares enquanto seguia ao distrito de Palmeirinha, no interior de Iguaí.

Desde então, o MST vem realizando diversas ações exigindo que os mandantes e executores do crime sejam presos. Porém, as investigações estão travadas e nenhuma reposta é dada pelo poder judiciário local, em relação ao caso. 

Em 2014, por exemplo, a Secretaria Estadual de Segurança Pública, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), foi ocupada por trabalhadores para obter respostas sobre o caso. Na ocasião, foram recebidos a bala pelo subsecretário Ary Ferreira.

Após três anos da morte do Sem Terra, as investigações continuam travadas no poder judiciário.

O MST na região afirmou, que esse tipo de ação, com o uso de pistolagem, covarde e cruel, é que os Sem Terra estão convivendo no campo brasileiro.

 

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Eldorado de Carajás

Durante as vigílias, foi rememorado e exigido justiça também, ao maior massacre já realizado no campo, onde 21 trabalhadores foram mortos pela força policial, em Eldorado dos Carajás, no dia 17 de abril de 1996.

Diante do cenário de violência apontado na luta pela Reforma Agrária no Brasil, os trabalhadores destacaram a necessidade de continuar ocupando o latifúndio e denunciando a truculência policial e a morosidade da justiça. 

“Pelos nossos mortos e pelos sobreviventes nos manifestamos. Pela reforma agrária, pelo fim do latifúndio e sua força jurídica, exigimos justiça”.

De acordo com Evanildo Costa, da direção nacional do MST, as vigílias fazem parte de uma série de ações, que tiveram início em março, com as lutas das mulheres, e pretendem se estender durante todo mês de abril.

“Vamos fechar BRs, ocupar latifúndios e órgãos públicos para denunciar as injustiças cometidas contra a classe trabalhadora”, concluiu costa.