Produção orgânica do MST tem novo ponto de venda em Porto Alegre
Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST
Quem quiser consumir alimentos saudáveis tem uma nova opção de compra em Porto Alegre, na Capital do Rio Grande do Sul.
Foi inaugurado nesta terça-feira (5), o sétimo ponto de feira orgânica da cidade, do Conselho de Feiras Ecológicas, que está localizado na Passagem de Pedestres Lanceiros Negros, no bairro Auxiliadora.
A feira, que surge a partir de uma demanda da Associação dos Moradores e Amigos da Auxiliadora (AMA), está organizada em 16 bancas – três são de famílias Sem Terra dos municípios de Nova Santa Rita e Eldorado do Sul – e será realizada todas as terças-feiras, das 7 às 13 horas.
Nas bancas do Movimento, os consumidores podem comprar temperos, berinjela, couve-flor, alface, espinafre, pimentão, rabanete, beterraba, batata-doce, abóbora, aipim, arroz agroecológico, limão, plantas medicinais, entre outros. Os preços dos alimentos estão entre R$ 2,00 e R$ 8,00 variando entre quilo e unidade.
Dona Zelinda Wink, 56 anos, do Assentamento Itapuí de Nova Santa Rita, trouxe toda a família para ajudar no primeiro dia de feira.
Ela trabalha com hortas desde 1988 e também comercializa seus produtos livres de venenos através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Para a Feira Orgânica da Auxiliadora, Zenilda levou 15 caixas de produção, que se esvaziaram rapidamente.
“Este passo a mais que estamos dando é uma das melhores coisas que está acontecendo para a nossa família, porque vai nos ajudar na renda e a ter melhores condições de vida.
Esperamos colher bons frutos e ao longo das semanas já ter nossos fregueses; o pessoal já veio pedir feira duas vezes por semana”, relata a assentada.
O agricultor Daniel Audibert, 49 anos, do Assentamento Integração Gaúcha de Eldorado do Sul, diz que a Feira Orgânica da Auxiliadora também marca a sua retomada de vendas em feiras, após ter ficado 11 anos sem trabalhar com esse tipo de comercialização.
Até então, toda a produção das hortas de Daniel era destinada ao PNAE, PAA e Loja da Reforma Agrária, no Mercado Público de Porto Alegre.
“Há cinco anos já vinha discutindo a retomada das feiras e agora que isso se consolidou temos expectativas de um futuro melhor e com mais qualidade de vida, tanto para nós do campo que produzimos, quanto para a população da cidade que consome”, destaca.
Esta também é a expectativa de Maria Regina Silva, que mora no Auxiliadora há 60 anos. Segundo ela, “o bairro tem tudo o que a população precisa, só não tinha uma feira orgânica”.
“É uma iniciativa que veio para nos engrandecer e, com certeza, é um diferencial para quem procura qualidade de vida”, complementa.
Conforme o representante da Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs) no Conselho das Feiras Ecológicas de Porto Alegre, Arnaldo Soares, as feiras atendem parte das demandas das famílias assentadas do estado, em torno da produção e comercialização.
“Além de ser um espaço para vender alimentos, é uma ótima oportunidade para dialogar sobre nossa bandeira de luta da alimentação saudável e estabelecer relações de confiança com a sociedade”, conclui Soares.