Jagunços ateiam fogo em acampamento no Sertão de Alagoas e ameaçam Sem Terra

Os acampados que já estavam em processo de negociação para garantir o assentamento das famílias que lá vivem sob a lona preta, na área da antiga fazenda Tapuio, agora sofrem as ameaças da pistolagem.

 

 

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

Na sexta-feira (6), o Acampamento Maravilha, coordenado pelo MST no município de Poço de Trincheiras, Sertão de Alagoas, sofreu um ataque dos jagunços que queimaram os barracos dos acampadas e acampadas, além de ameaçar e expulsar as famílias que há mais de dois anos ocupavam a área. Segundo os Sem Terra, os pistoleiros foram enviados pela dona da antiga fazenda.

“Os pistoleiros estavam encapuzados quando vieram tocar fogo nos nossos barracos. E toda a região já houve boatos de que a dona da antiga fazenda quer retomar as áreas para que, tendo um bom inverno, a fazenda seja arrendada”, explica a Direção do MST na região.

Os acampados que já estavam em processo de negociação para garantir o assentamento das famílias que lá vivem sob a lona preta, na área da antiga fazenda Tapuio, agora sofrem as ameaças da pistolagem.

Ainda segundo os dirigentes, as ameaças devem ficar cada vez mais intensas. “Os pistoleiros já disseram que estão dispostos a resolver qualquer problema na bala, ameaçando a Direção e a Coordenação do acampamento”.

Os Sem Terra destacaram a necessidade de denunciar o ocorrido para que a população saiba da truculência cometida a pelos jagunços da proprietária da fazenda, para que seja evitado uma tragédia envolvendo trabalhadores e trabalhadoras rurais.

“Vamos registrar Boletim de Ocorrência relatando o fato à polícia, pois não queremos que aqui ocorra uma tragédia pelas mãos da pistolagem autoritária que amedronta a vida dos camponeses e camponesas, comandada pelas mãos do latifúndio”, destacou a Direção do MST.

“Continuaremos denunciando todo e qualquer ataque que ameace a nossa vida, resistindo e em luta pela justiça e pela Reforma Agrária”.