MAB lança documentário sobre Jirau e Santo Antônio em Porto Velho

O filme intitulado “Jirau e Santo Antônio: relatos de uma guerra amazônica” trás depoimentos fortes sobre as violações de direitos humanos sofridas nas construções das hidrelétricas ao longo do Rio Madeira.

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Da Página do MAB

Na próxima segunda-feira (30), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lançará seu novo documentário: “Jirau e Santo Antônio: relatos de uma guerra amazônica”.

As primeiras sessões de exibição serão realizadas na capital Porto Velho, no dia 30 será no Auditório Paulo Freire da UNIR campus, às 19 horas e dia 31 no Teatro Banzeiros às 20 horas.

O filme, que foi gravado no final do ano passado, conta com depoimentos fortes sobre as violações de direitos humanos sofridas nas construções das hidrelétricas ao longo do Rio Madeira.

Os relatos, na maioria, feitos por mulheres, incluem denúncias sobre prostituição infantil, violência contra a mulher, contaminação da água, desmatamento, desemprego e desalojamento forçado e sem indenização das famílias.

Entre as entrevistadas está Nilce de Souza Magalhães, a Nicinha, uma das lideranças da região que denunciava as violações sofridas pelas usinas e recentemente foi assassinada.

Entre os locais de gravação estão Jaci Paraná, Nova Mutum, Velha Mutum e Abunã. Imagens inéditas de arquivo dos anos de 2013, 2014 e 2015 também fazem parte do roteiro do documentário. O longa foi produzido pelo Coletivo de Comunicação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em parceria com a Brigada Audiovisual “Eduardo Coutinho”, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

Segundo João Dutra, da coordenação do MAB em Rondônia, o filme pretende apresentar pra sociedade as diversas violações de direitos ocorridas no período de construção das usinas na região.

“O filme é uma espécie de dossiê, no qual denunciamos através de depoimentos de atingidos, documentos oficiais e laudos técnicos, a comprovação de diversos impactos socioambientais e as sistemáticas violações de direitos humanos ao longo do Rio Madeira na construção do complexo hidrelétrico, reafirmando um padrão vigente em todo país desde a ditadura militar”, afirmou.

Sinopse do filme:

Prostituição infantil, contaminação da água, centenas de quilômetros de árvores mortas, toneladas de peixes assassinados, milhares de famílias desabrigadas e sem emprego.

Parece que o progresso prometido pelas construções das Usinas Hidrelétricas no Rio Madeira, em Rondônia, passou longe daquela região. Esta obra pretende dar voz aos atingidos e atingidas que sofrem e lutam diariamente pela garantia de seus direitos. 

É o caso de Nilce de Souza Magalhães, mulher, pescadora e lutadora, que meses após a gravação deste filme desapareceu. Tudo indica que foi assassinada. 

Para Nicinha, e todo o povo atingido da região da Amazônia, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de lutas. Águas para a vida! Não para a morte!

Confira o trailer aqui