Por uma sociedade sem opressões, mulheres Sem Terra pautam a unidade de classe contra o capital

O evento aconteceu no assentamento Milton Santos, em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, com o objetivo de construir mecanismos capazes de fortalecer a luta contra o machismo, a submissão feminina.
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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Com aroma de flores no ar, inspirando a construção coletiva e revolucionária de uma sociedade emancipadora e sem opressões, cerca de 50 trabalhadoras Sem Terra, participantes do projeto Margaridas, deram o tom místico ao Seminário de Mulheres, realizado na última quinta-feira (19).

O evento aconteceu no assentamento Milton Santos, em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, com o objetivo de construir mecanismos capazes de fortalecer a luta contra o machismo, a submissão feminina e a violência contra a mulher.

O seminário abordou a importância da participação da mulher em todos os espaços de construção política da sociedade, seja nos movimentos e organizações populares, assim como, no campo político e institucional.

Alguns eixos de estudo garantiram o debate, sendo eles: a cultura e comunicação, autonomia das mulheres, gênero e saúde, enfrentamento a violência contra mulher, erradicação das desigualdades, empoderamento e compromisso político.

De acordo com Arlete Alves, educadora popular e Sem Terra, a participação da mulher na luta pela transformação social é transcendental, mas isso só é possível com a independência da mulher, em especial a independência financeira.

“As margaridas abordaram o tema do quintal produtivo como um dos caminhos capazes de possibilitar a independência financeira das mulheres. Isso foi muito positivo, pois infelizmente ainda existem mulheres que vivem presas em suas casas”, afirmou Alves.

Ela disse ainda, que com esse projeto as mulheres poderão reconhecer o seu verdadeiro valor. “Reconhecer-se na luta, criar opiniões próprias e por fim defender que a luta está muito além do fogão”.

Já Izelia Silva, trabalhadora Sem Terra e assessora territorial de mulheres na pasta do Núcleo de Extensão e Pesquisa Desenvolvimento Territorial da Costa do Descobrimento (NEDET), acredita que o seminário ajudou a fortalecer as ações voltadas à inclusão social e produtiva da população feminina no campo.

“Também é uma ótima oportunidade, tanto para a juventude como para as mulheres, entregar ao estado uma pauta de demandas da comunidade, visto que o projeto Margaridas é desenvolvido também pela Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (SPM), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)”, explicou Silva.

A atividade contou com a participação de representantes do NEDET, da Superintendência de Igualdade Racial e Políticas para Mulheres, da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), do Colegiado de Desenvolvimento Territorial e outras autoridades políticas da região.
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