Assentados realizam Feira do Feijão Orgânico no RS

Hoje, 90% das famílias assentadas em Piratini produzem feijão orgânico. Somente os assentamentos Conquista da Liberdade e Conquista da Luta – Rubira I são responsáveis por cultivar 21 variedades.

 

 

Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

 

Oferecer o saboroso feijão orgânico e o arroz agroecológico num mesmo espaço de comercialização, ambos produzidos em áreas de assentamentos da Reforma Agrária do Rio Grande do Sul, é uma das principais apostas para incentivar o consumo de alimentos saudáveis e gerar renda às 16 famílias que fazem parte da Associação de Produtores Agroecológicos Conquista da Liberdade (Apecol), localizada em Piratini, na região Sul do Estado.

Para atingir esse objetivo, as famílias organizaram sua produção e já realizam nesta quarta-feira (1º) a 2ª Feira do Feijão Orgânico, que este ano acontece junto à Feira Ecológica da Apecol, na Praça Inácia Machado da Silveira – popular Palanque –, no Centro de Piratini. Quem aparecer por lá, das 8h30 às 17 horas, vai poder escolher entre mais de 20 variedades de feijão, além de encontrar arroz, hortaliças, frutas e legumes agroecológicos; panifícios, rapaduras e vários outros produtos coloniais.

O assentado e presidente da Apecol, João Gabriel Venâncio, produz feijão orgânico há 24 anos e conta que a feira integra um projeto coletivo das famílias Sem Terra para garantir a permanência dos agricultores no campo, por meio da comercialização de alimentos saudáveis à população da região.

“A feira nos dá a possibilidade de produzir cada vez mais e com qualidade. Hoje, percebemos que muitas pessoas têm dificuldades para comprar orgânicos ou ter acesso às sementes agroecológicas. Nós conseguimos oferecer isso para a comunidade através da feira, que também é em defesa da vida, da agroecologia e do meio ambiente”, diz seu João.

Ele acrescenta que o intuito da Apecol é “casar” o feijão orgânico e o arroz agroecológico, produzidos por famílias do MST, oferecendo num mesmo espaço de venda os dois alimentos saudáveis. “Já expomos o arroz na feira, mas estamos desenvolvendo um projeto maior para oferecer o feijão e o arroz, que são produtos que estão todos os dias na mesa do povo trabalhador”, explica.

Hoje, 90% das famílias assentadas em Piratini produzem feijão orgânico. Somente os assentamentos Conquista da Liberdade e Conquista da Luta – Rubira I são responsáveis por cultivar 21 variedades, que também são comercializadas para a rede de Sementes Agroecológicas Bioantur, de Candiota. “O feijão é uma referência no município, e produzi-lo e expô-lo de forma organizada também é nosso grande objetivo”, complementa Venâncio.

Para esta edição, a estimativa das famílias é vender mais de 1,3 mil quilos de feijão, entre grãos e sementes. Segundo os assentados, a feira é aberta para outros produtores, desde que comprovem que o grão foi produzido de forma orgânica ou agroecológica.

Apoiadores

A 2ª Feira do Feijão Orgânico tem o apoio da Bionatur; Cooperativa de Produção Agropecuária Vista Alegre (Coopava), do Assentamento Conquista da Liberdade; Cooperativa de Comercialização e Prestação de Serviços dos Assentados da Região Sul (Coopersul), do Assentamento 8 de Maio; e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS).

 

 

*Editado por Rafael Soriano